De acordo com uma nova pesquisa publicada no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, mulheres gestantes que não dormem o suficiente podem aumentar o risco dos filhos apresentarem atrasos no neurodesenvolvimento. Dormir menos de sete horas por noite, conhecido como “duração curta do sono” (DCS), é um problema comum entre elas.
De acordo com a pneumologista e Especialista em Medicina do Sono, Jessica Polese, as gestantes enfrentam dificuldades de sono devido a alterações hormonais, desconforto e a necessidade frequente de urinar. “O sono durante a gravidez e após o nascimento do bebê é uma fase difícil para mulher”, diz a médica.
A pesquisa analisou dados de 7.059 pares de mães e filhos em três hospitais na China, acompanhando o desenvolvimento das crianças dos seis meses até os três anos de idade. Os resultados sugerem que a falta de sono materno pode estar associada a maiores riscos de atrasos nas habilidades cognitivas, motoras, emocionais e de fala das crianças.
“O estudo também encontrou uma ligação entre a DCS e o metabolismo da glicose da mãe, o que pode impactar a secreção de insulina fetal. Isso sugere que um desequilíbrio no metabolismo materno durante a gravidez pode influenciar o neurodesenvolvimento dos filhos, sendo os meninos particularmente mais vulneráveis”, diz Jessica.
O que precisamos analisar diante da pesquisa são as formas de melhorar a qualidade de sono das mães durante a gestação, e quando a criança nasce, a questão de amamentação. “Tentar acompanhar estas mulheres, principalmente as que estiverem passando por esta dificuldade no sono e após o nascimento ter uma rede de apoio que auxilie no momento da amamentação, pois sabemos que nos primeiros meses, a mulher vive o mesmo horário do bebê, que acorda em intervalos curtos, visto que o sono é a saúde da fundamental para a saúde da mãe”, pontua a médica.