Nesta sexta-feira (27), o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) anunciou a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para examinar o uso dos recursos do cartão Bolsa Família em apostas online. O objetivo é evitar o desvio da finalidade do programa, que visa assegurar a segurança alimentar e atender às necessidades básicas das famílias em situação de vulnerabilidade.
O GT funcionará em colaboração com a Rede Federal de Fiscalização do Bolsa Família e do Cadastro Único, e terá até o dia 2 de outubro para apresentar uma proposta de restrição ao uso inadequado dos recursos. Outros órgãos do governo, como o Ministério da Fazenda, Ministério da Saúde e Casa Civil, também participarão dessa iniciativa.
Em nota, o MDS reforçou o compromisso com o combate à fome e à promoção da dignidade das famílias mais necessitadas. “A prioridade sempre será combater a fome e promover a dignidade para quem mais precisa”, destacou o ministério. “Nosso foco permanece em garantir que o Bolsa Família continue sendo um instrumento eficaz de combate à pobreza e à insegurança alimentar.”
Essa ação ocorre após um relatório do Banco Central, divulgado na última terça-feira (24), revelar que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas online no mês de agosto, utilizando o Pix. A pesquisa, solicitada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), apontou que 5 milhões de beneficiários, de um total de 20 milhões, fizeram apostas. Desse grupo, 70% eram chefes de família, que transferiram R$ 2 bilhões para sites de apostas apenas em agosto.
O ministro Wellington Dias, que comanda a pasta do Desenvolvimento e Assistência Social, comentou os resultados do levantamento, reafirmando o compromisso do governo com a segurança alimentar das famílias vulneráveis. “Nosso foco permanece firme: garantir que o Bolsa Família continue sendo um instrumento eficaz de combate à pobreza e à insegurança alimentar”, declarou o ministro.
O senador Omar Aziz pretende encaminhar o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando medidas legais para suspender as atividades das plataformas de apostas até que sejam regulamentadas.