segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Evento na Fiocruz fortalece colaboração científica no enfrentamento de crises sanitárias

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está sediando até o dia 23 de outubro a Reunião Anual da Rede Pasteur 2024, um evento que visa promover a troca de conhecimentos científicos entre instituições de diferentes partes do mundo. Com foco na mitigação de crises sanitárias, a reunião discute a aplicação da inteligência artificial e de tecnologias inovadoras no enfrentamento de epidemias e pandemias. Entre os temas abordados, destacam-se as mudanças climáticas, doenças infecciosas como dengue e os impactos de epidemias recentes, incluindo Mpox e gripe aviária.

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A Rede Pasteur, atualmente composta por mais de 30 institutos, é um importante ator na busca de soluções para os desafios de saúde global através da ciência, inovação e políticas de saúde pública. Presente em 25 países e cinco continentes, essa rede é reconhecida como uma referência não estatal pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na cerimônia de abertura do evento, o pesquisador da Fiocruz, Manoel Barral Netto, enfatizou a necessidade de integrar múltiplas fontes de dados e tecnologias para melhorar a resposta às demandas de saúde pública. Ele destacou a relevância do uso de dados administrativos de vacinação durante a pandemia de covid-19 no Brasil, que permitiram avaliar a eficácia das vacinas aplicadas na população.

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“O nosso estudo demonstrou que os dados de vacinação no Brasil possuem a qualidade e o volume necessários para embasar ações de saúde pública. É viável estabelecer um sistema contínuo para monitorar a eficácia das vacinas brasileiras, desde que seja adequadamente estruturado”, afirmou Barral Netto.

O evento contou também com a participação de Peter Piot, pesquisador da London School of Hygiene & Tropical Medicine. Ele apontou a importância de alinhar discursos, colaborações e conhecimentos na luta contra crises sanitárias globais. Piot apresentou três categorias de ameaças que merecem atenção: epidemias com datas incertas de ocorrência, situações indesejadas que exigem preparo, como desastres nucleares e bioterrorismo, e, por fim, as ameaças em andamento, como as mudanças climáticas que impactam diretamente a saúde global.

Os participantes destacaram ainda o papel da inteligência artificial (IA) na pesquisa em saúde, ressaltando seu potencial para revolucionar a análise de dados e diagnósticos. Amadou Sall, presidente da Rede Pasteur e administrador geral do Institut Pasteur de Dakar, comentou sobre os benefícios da IA na resposta a crises de saúde. “A IA pode aumentar nossa capacidade preditiva e nos auxiliar na resposta a pandemias, mas é crucial que sua implementação seja ética e acessível a todos, a fim de reduzir desigualdades”, concluiu Sall.

Esse evento na Fiocruz é uma oportunidade importante para fortalecer a colaboração internacional em pesquisa e desenvolvimento de soluções efetivas para os desafios sanitários que o mundo enfrenta.

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