14 de julho de 2025
segunda-feira, 14 de julho de 2025

Lula solicita bancos por novo financiamento ao desenvolvimento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a necessidade de as instituições financeiras globais desenvolverem novas estratégias para financiar o desenvolvimento sustentável, especialmente em países com menos recursos. Ele enfatizou que esse financiamento deve ocorrer sem a imposição de condicionalidades e medidas de austeridade que possam afetar os investimentos. Lula afirmou: “Não é doação de dinheiro, é empréstimo para que pessoas possam ter uma chance de sair da miséria em que estão e dar um salto de qualidade”.

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Reunião do Novo Banco de Desenvolvimento

Lula participou da reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics, realizado no Rio de Janeiro. O encontro contou com a presença de ministros de Finanças, membros do conselho do banco e líderes empresariais. Este evento é um preparativo para a Cúpula de Líderes do Brics, marcada para os dias 6 e 7.

“Eu sei que esse assunto não era para discutir aqui, mas se eu não discutir com as pessoas do dinheiro, eu vou discutir com quem? Então, está dado o recado. Eu acho que vocês podem e devem mostrar ao mundo que é possível criar um novo modelo de financiamento, sem condicionalidades. O modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo”, ressaltou.

Austeridade e Seus Efeitos

Lula criticou a austeridade promovida por instituições financeiras, que, segundo ele, empobreceram ainda mais os países. “A chamada austeridade exigida levou os países a ficar mais pobres, porque toda vez que se fala em austeridade o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico”, argumentou. Ele defendeu a reforma de instituições tradicionais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, criadas após a Segunda Guerra Mundial.

“Não é possível que o continente africano deva US$ 900 bilhões, e o pagamento de juros muitas vezes é muito maior que qualquer dinheiro que eles tenham para fazer investimentos. Ou discutiremos novas formas de financiamento para ajudar os países em via de desenvolvimento, ou esses países continuarão pobres por mais um século”, frisou.

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A Questão da Dívida do Haiti

O presidente citou o Haiti como um exemplo de nação que ainda enfrenta dificuldades devido a um legado de dívidas. “Descobri que o Haiti pagou pela sua independência. Se considerar o valor atual, seria necessário devolver R$ 28 bilhões ao Haiti”, comentou.

O Papel do NDB

O NDB foi criado em 2014 durante um encontro do Brics, visando ser uma alternativa às instituições financeiras tradicionais e suprir a necessidade de financiamento para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. Desde 2016, sua sede está em Xangai, na China, sob a liderança da ex-presidente brasileira Dilma Rousseff.

O compromisso do NDB é destinar 40% de seus financiamentos para projetos de desenvolvimento sustentável. Desde sua criação, mais de 120 projetos foram aprovados, totalizando US$ 40 bilhões, almejando áreas como energia limpa, eficiência energética, e saneamento.

Integração de Tecnologias e Moedas Locais

Lula mencionou que o NDB também está alocando recursos para integrar novas tecnologias em saúde, educação e transporte. Ele destacou que 31% dos projetos do NDB são realizados em moedas dos países membros, defendendo o uso de moedas locais para minimizar as flutuações cambiais.

“Em um cenário global mais instável, o papel do NDB na redução de nossas vulnerabilidades será cada vez mais importante. Nosso banco é a prova de que uma nova arquitetura financeira é possível e que um modelo de desenvolvimento mais justo pode ser alcançado”, concluiu Lula.

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