domingo, 9 de fevereiro de 2025

Rui Maranhão defende investimento europeu em supercomputador para competir com EUA e China

Rui Maranhão, professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, defende a necessidade urgente de a Europa investir em um supercomputador para se tornar competitiva frente aos Estados Unidos e à China. Segundo ele, essa iniciativa é vital para reduzir a dependência tecnológica e alavancar a inovação no continente europeu.

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A importância dos supercomputadores

A era da inteligência artificial (IA) e das soluções de computação em nuvem demanda processadores de alta velocidade e grande capacidade de memória. Supercomputadores são essenciais nesse contexto para atender a essas exigências tecnológicas.

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Custos e viabilidade para Portugal

Rui Maranhão menciona que, mesmo que a ideia de adquirir um supercomputador seja válida, os custos elevados representam um desafio significativo. Ele sugere que, mesmo assim, essa empreitada poderia servir para demonstrar o comprometimento de Portugal com a inovação tecnológica. “Se não tivermos um supercomputador, sempre estaremos à mercê das decisões dos outros”, salienta.

A urgência de uma ação coletiva

O especialista destaca que há um consenso entre diversos países sobre a necessidade de a Europa, em conjunto, destinar esforços para não ficar dependente de potências como os EUA, especialmente em um cenário global instável. “Ou começamos já ou então vamos tarde”, adverte Rui Maranhão, enfatizando que a Europa possui as condições necessárias para se posicionar na vanguarda da tecnologia.

Dependência e competitividade

Ele observa que a dependência de soluções oferecidas por empresas norte-americanas e chinesas coloca a Europa em uma posição vulnerável. A situação atual, comparável à introdução do GPS pelos EUA, ilustra como a Europa frequentemente toma decisões tecnológicas tarde demais, correndo o risco de ficar nas retaguardas novamente.

Investimentos em supercomputação na Europa

Na Europa, já existem supercomputadores significativos, como o MareNostrum5 em Barcelona, fruto de um consórcio envolvendo Espanha, Portugal e Turquia, com financiamento de 50% da União Europeia. No entanto, Maranhão defende que mais investimentos são necessários para que a União Europeia possa competir efetivamente com grandes potências.

O futuro da tecnologia na Europa

Rui Maranhão acredita que ainda há espaço para a Europa avançar, especialmente na área de computação quântica. Ele destaca que, apesar dos desafios, o continente pode se preparar para inovações futuras, como a implementação de veículos autônomos, uma realidade já presente em regiões como São Francisco, EUA. No entanto, ele questiona se Portugal está realmente preparado do ponto de vista legislativo.

Por fim, o professor enfatiza a necessidade de um ministério voltado para o digital, a fim de guiar a Europa em um futuro repleto de transformações tecnológicas. Ele conclui que a pandemia de covid-19 acelerou o uso de tecnologias e reforça a importância de repensar a abordagem em relação às ferramentas digitais.


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