A União Europeia tem trabalhado em estratégias discretas para enfrentar as ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, relacionadas a tarifas elevadas sobre produtos e serviços europeus. À medida que essas ameaças se tornam mais concretas, os planos europeus começam a ser revelados.
Ações estratégicas
Entre as principais estratégias estão a imposição de tarifas a setores específicos, especialmente aqueles em estados republicanos, visando causar o máximo impacto. Ao mesmo tempo, a Europa evita entrar em uma retaliação imediata e proporcional, priorizando uma resposta ágil e calculada que pode atingir grandes empresas de tecnologia do Vale do Silício.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, destacou que a Europa está “preparada” para se defender contra as tarifas impostas pelo novo governo dos EUA. O objetivo primordial continua sendo a busca de negociações para evitar uma guerra comercial, que seria prejudicial para ambos os lados e beneficiaria potências rivais como China e Rússia.
Propostas de negociação
O plano inicial da Europa inclui negociar acordos que possam incluir a compra de mais gás americano, uma demanda constante de Trump. Entretanto, a incerteza sobre os verdadeiros objetivos da administração dos EUA gera dificuldade nas conversações. As autoridades europeias estão dispostas a aumentar as compras de energia e defesa, buscando maneiras de diversificar suas fontes e reduzir a dependência do gás russo.
Respostas a tarifas
A Europa não pretende responder a tarifas com retaliações idênticas. Em um cenário em que Trump imponha tarifas elevadas, a União Europeia poderia optar por uma resposta mais direcionada, protegido por normas da Organização Mundial do Comércio (OMC). Isso incluiria a consideração de um novo “instrumento anti-coerção”, que permitiria ações rápidas contra prestadores de serviços americanos, caso sejam prejudiciais aos interesses europeus.
Ambos os lados reconhecem a importância de manter relações comerciais estáveis. A União Europeia não apenas é um dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, mas também uma fonte significativa de emprego para trabalhadores americanos. Ursula von der Leyen enfatiza que “sempre protegeremos nossos próprios interesses — como e quando for necessário”.
Em suma, a abordagem europeia se concentra em oferecer incentivos para evitar uma guerra comercial, enquanto permanece atenta às potencialidades de retaliação, sempre visando proteger seus interesses estratégicos em um ambiente global instável e repleto de incertezas.