Os mineradores de criptomoedas nos Estados Unidos estão enfrentando desafios significativos com atrasos na entrega de novos equipamentos, o que pode impactar sua competitividade e margens de lucro. Esse problema surge em um momento em que a Bitmain Technologies, empresa chinesa que fornece a maior parte das máquinas de mineração, está sob crescente fiscalização devido a tensões comerciais entre os EUA e a China.
Remessas de equipamentos da Bitmain para os EUA têm sido adiadas em função das novas práticas de inspeção pela Alfândega e Proteção de Fronteiras americana. Essa mudança aconteceu após a inclusão da afiliada de inteligência artificial da Bitmain, a Xiamen Sophgo Technologies, na lista negra do Departamento de Comércio dos EUA, em janeiro. A agência acusou a Sophgo de atuar em favor dos interesses estratégicos da China no setor de produção avançada de chips.
O embate entre políticas comerciais e o setor de criptomoedas levanta questões sobre como os mineradores podem se adaptar. Apesar das dificuldades, o governo dos EUA tem se esforçado para posicionar o país como um centro de mineração. Com as tarifas impostas em 2018 e a recente taxa adicional de 10% sobre importações chinesas, a Bitmain, que controla 90% do mercado de máquinas de mineração, continua a enfrentar obstáculos.
Inspeções alfandegárias rigorosas têm sido a norma desde então, com máquinas sendo aleatoriamente analisadas. Nuo Xu, fundador da China Digital Mining Association, revelou que os verificação incluem a exigência de certificados de origem por parte dos corretores. A situação é ainda mais crítica para empresas como a Bit Digital, que enfrentou atrasos na entrega de 700 máquinas. Outras operações, como uma de 20 megawatts em Oklahoma, têm 2.000 máquinas retidas.
As consequências desses atrasos e da crescente fiscalização resultaram em uma queda acentuada no volume de importações de equipamentos de mineração. Esse cenário representa uma ameaça à competitividade das empresas americanas, que dependem da atualização constante de seus equipamentos para se manterem relevantes no mercado.
Além disso, desafios inesperados surgem com uma recente desaceleração na atividade da rede Bitcoin, o que diminui as taxas que os mineradores recebem pela verificação de transações, impactando ainda mais a lucratividade.
Embora a Bitmain já tenha buscado alternativas de produção em países como Indonésia e Malásia para evitar tarifas elevadas, a empresa anunciou recentemente a abertura de uma nova instalação nos EUA. Esta estratégia visa melhorar a eficiência e os tempos de resposta para o mercado norte-americano. No entanto, a crescente concorrência de fabricantes locais, como Auradine, e rivais internacionais continua a agregar complexidade ao cenário de mineração de criptomoedas nos EUA.
Diante desse panorama, os mineradores que dependem das máquinas da Bitmain devem estar atentos às implicações dessa fiscalização e possíveis riscos que podem impactar ainda mais suas operações e resultados financeiros.