O influenciador Felipe Neto, com mais de 46,7 milhões de inscritos em seu canal no YouTube, participou de uma entrevista no evento CRIA G20, onde abordou a responsabilidade das plataformas digitais no combate ao extremismo e à desinformação. Em sua fala, Neto enfatizou a importância da liberdade de expressão, ao mesmo tempo em que criticou a radicalização resultante da propagação de fake news.
Papéis das plataformas na moderação de discursos de ódio
Felipe Neto destacou que as plataformas têm um dever fundamental na moderação de conteúdos. Segundo ele, “a luta contra a disseminação de notícias falsas precisa partir daqueles que promovem essas notícias”. O influenciador argumentou que o algoritmo das redes sociais contribui para a ampliação da relevância de conteúdos extremistas, levando a uma disseminação irresponsável de informações.
Equilibrando liberdade de expressão e regulamentação
Ao ser questionado sobre a regulamentação do discurso nas redes sociais, Neto ressaltou a necessidade de proteger a liberdade de expressão. Ele afirmou que a regulamentação não deve ser vista como censura, mas sim como uma forma de garantir que as plataformas assumam responsabilidades. “A responsabilidade da plataforma deve se basear no que chamamos de ‘dever de cuidado’”, explicou.
Consequências da desinformação no tecido social
O influenciador alertou que a falta de ações efetivas por parte das plataformas pode levar à radicalização e à proliferação de conteúdos prejudiciais. Citando o exemplo da pandemia, Neto observou que a desinformação pode ter consequências graves, como a disseminação de ideias contrárias à vacinação.
Estratégias para lidar com ataques e fake news
Felipe Neto compartilhou sua abordagem pessoal ao enfrentar ataques e fake news. Ele diferencia os ataques que busca criticar construtivamente daqueles que visam apenas deslegitimá-lo. Em casos de ataques sistemáticos, ele utiliza recursos legais e cria conteúdo para esclarecer a verdade. “Eu precisei lutar com todas as forças”, disse, referindo-se a situações em que enfrentou acusações sérias, incluindo ameaças à sua segurança.
Colaboração entre governos e plataformas
Neto defende que tanto os governos quanto as plataformas devem atuar em conjunto para combater a desinformação. Ele criticou a priorização do lucro em detrimento da ética nas práticas das redes sociais. “Precisamos lutar para que essa recomendação seja transparente”, argumentou, enfatizando a necessidade de um movimento institucional que una Judiciário, Executivo e Legislativo em prol de uma solução eficaz.
A relação entre desinformação e emergência climática
Durante a entrevista, Neto também mencionou a intersecção entre desinformação e questões climáticas. Ele destacou que os negacionistas das mudanças climáticas frequentemente se opõem a ações que visam proteger o meio ambiente, em parte para preservar interesses econômicos. “Isso é trágico”, afirmou, refletindo sobre a necessidade de um discurso responsável sobre as mudanças climáticas.