A Campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, evidencia a importância dos cuidados com a saúde mental. A cada ano, o tema se torna mais relevante. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina. Cerca de 10% da população brasileira sofre de algum transtorno da mente, sendo ansiedade e depressão os que mais prevalecem.
Para quem passa pelo problema, o acompanhamento psicológico e psiquiátrico é indispensável, mas com eles é preciso criar uma rede de apoio e de acolhimento para os que precisam.
“A rede de apoio para indivíduo que sofre de um transtorno como a depressão é de suma importância, estar conectado com pessoas que te acolhem e te compreendem, é fundamental, para que a pessoa em vulnerabilidade emocional tenha sucesso no tratamento. Isso porque, saber que não estamos desamparados nesse processo, gera acalento e calma para a pessoa”, explica a psicóloga clínica Gabriela Rocha, do Viver Unimed.
Mas nestes momentos são tantas as dúvidas que surgem: afinal, o que fazer para ajudar um familiar ou amigo que passa pela situação? Como agir para evitar que o quadro se agrave? Segundo Gabriela é preciso, primeiramente, romper com o sentimento de culpa.
“Enquanto rede de apoio, é importante termos em mente que não podemos assumir por completo a bagagem do outro. Muitas vezes, vemos o familiar ou amigo com grande sentimento de culpa, em sofrimento mesmo, por acharem que não estão ajudando o suficiente aquela pessoa”, afirma a psicóloga.
Confira outras dicas
- Sempre se coloque disponível para conversar com a pessoa;
- Crie momentos de tempo de qualidade com ela;
- Incentive-a a praticar o autocuidado, a prática de exercícios e a criação de novos hábitos;
- Estimule a pessoa a continuar engajada no tratamento.
Fique atento aos sinais
Segundo Gabriela Rocha, existem sintomas que indicam a necessidade de buscar ajuda profissional, principalmente quando eles começam a impactar significativamente a vida pessoal e profissional. “São sinais que muitas vezes passam despercebidos. Conhecê-los é importante tanto para que as pessoas possam perceber quando algo está acontecendo com elas mesmas ou com o outro. E então, é a hora de buscar ajuda quanto antes”, reforça.
Principais sinais:
- Isolamento social desse indivíduo;
- Perda de interesse por atividades previamente consideradas agradáveis;
- Sentimento de tristeza profunda e melancolia prolongada;
- Alterações no sono e no peso (aumento ou perda) de forma significativa;
- Labilidade emocional, caracterizada por mudanças exageradas e sucessivas no humor, sentimentos e emoções;
- Estado emocional de apatia;
- Intensa irritabilidade.
Cuidando da saúde mental no cotidiano
Quando o assunto é saúde, é importante lembrar que o conceito vai além da ausência de doenças. Só é possível ter saúde quando há completo bem-estar físico, mental e social. Cuidar e proteger a saúde mental deve ser, portanto, uma prioridade para todos.
“Precisamos trazer para a nossa rotina a prática de exercício físico, pois ele nos faz liberar os neurotransmissores “do bem”: dopamina, serotonina e endorfina”, indica Gabriela.
Outra dica é manter a uma alimentação equilibrada, rica em triptofano, um aminoácido que ajuda a estimular a liberação de serotonina. Ele está presente em alimentos como grão de bico, banana, chocolate 70%, aveia e oleaginosas.
A psicóloga ainda ressalta que é preciso buscar manter relações saudáveis, com pessoas que tenham valores pessoais alinhados com os seus, assim como reconhecer hobbies e fontes de prazer. “Junto a tudo isso, outro fator importante é selecionar os momentos para o uso de telas, como tablets, celular e computador”, finaliza.
Com o tema, “Você não está só” começa mais uma campanha “Setembro Amarelo”