O ex-presidente Michel Temer (MDB) abordou a investigação da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-chefe do Executivo federal Jair Bolsonaro (PL) e militares de alta patente por supostas tentativas de golpe de Estado em 2022. Em uma entrevista divulgada recentemente pela revista Veja, Temer destacou que, apesar de não se poder condenar os indiciados neste momento, existem “indícios fortíssimos” de uma intentona golpista.
Ele enfatizou a importância da investigação, afirmando que a PF já levantou dados que reforçam essa hipótese. Embora não tenha se posicionado sobre saber se Bolsonaro tinha conhecimento das ações, Temer insistiu que as provas devem ser analisadas para se chegar a uma conclusão.
Além disso, o ex-presidente comentou sobre as Forças Armadas, sugerindo que alguns indivíduos poderiam ter intenções golpistas, mas defendeu que a maioria delas não apoiou essa medida. Para ele, a probabilidade de uma quebra institucional é baixa, uma vez que há um entendimento geral da importância da democracia para o Brasil.
Em relação aos eventos de 8 de janeiro de 2023, Temer descreveu os ataques como uma “aspiração pelo golpe” e uma “agressão aos Três Poderes”, embora tenha frisado que essas ações falharam em prosperar. Quando questionado sobre o indiciamento de Bolsonaro e alegações de planos para assassinar figuras políticas, including Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Alexandre de Moraes do STF, ele reiterou que não havia um ambiente propício para um golpe no país, ignorando as evidências coletadas pela PF.
Temer também minimizou a participação de militares na suposta trama, afirmando que se tratava de ações de “alguns militares”, não de uma conjuntura institucional. Ele destacou que o Exército, Marinha e Aeronáutica, enquanto instituições, não estavam envolvidas, mas que certos indivíduos tomaram essas iniciativas de forma isolada. Essa visão ressalta a complexidade da situação política e a necessidade de uma investigação sólida sobre os eventos que marcaram o contexto político recente do Brasil.