A Associação Sociedade Cultura e Arte (Soca Brasil) oferece uma oportunidade única para mulheres cegas e surdas se engajarem na produção de vídeos experimentais, parte integrante da mostra artística “Nada me falta”. Com um total de dez vagas disponíveis, as participantes selecionadas terão a chance de colaborar com a Soca Brasil entre janeiro e abril de 2024, recebendo bolsa para o período de envolvimento no projeto.
As inscrições se iniciam nesta sexta-feira (1º), a partir das 6h, com interessadas sendo orientadas a contatar a Soca Brasil via WhatsApp, no número (27) 99609-8181, para solicitar a inscrição. As primeiras 30 inscritas serão convidadas para um workshop na Casa da Cultura Sonia Cabral, no dia 9 de dezembro, das 14h às 16h, onde serão selecionadas as dez artistas que farão parte do projeto.
A criação dos vídeos terá início em janeiro, após a escolha das participantes. Com a direção da realizadora audiovisual, atriz, roteirista e dramaturga Rejane Arruda, serão produzidos 15 vídeos de um minuto, explorando uma linguagem experimental. As artistas cegas e surdas colaborarão com artistas ouvintes-videntes do coletivo Poéticas da Cena Contemporânea, incluindo as atrizes Mariana Zanelatto e Renza Luiza.
O projeto é patrocinado pela empresa TAG – Transportadora Associada de Gás, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC) da Secretaria da Cultura (Secult). A mostra “Nada me falta”, realizada presencialmente com entrada gratuita, está programada para ocorrer em junho de 2024, em Vitória.
Segundo Rejane Arruda, diretora do projeto, “Nada me falta” busca explorar e demonstrar as diferentes formas de viver, questionar e entender o mundo. Os vídeos buscam refletir que a diferença é fundamental para a essência humana. “Nada falta à mulher surda, que pode ‘escutar’ por meio da Língua Brasileira de Sinais; nada falta à mulher cega, que pode enxergar de diferentes maneiras”, destaca Arruda.
A Soca Brasil tem se destacado como uma referência em arte e inclusão desde o lançamento da Escola de Fotógrafos Cegos, em agosto de 2022. Outras iniciativas como a “Orquestra Brasileira de Cantores Cegos” e “Cena Diversa” têm reforçado a ideia de que “a deficiência acolhida pela arte se revela como uma potência”, nas palavras de Rejane Arruda, presidente da associação e diretora da Cia Poéticas da Cena Contemporânea, parceira em todas as atividades de inclusão.