segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Total de mulheres responsáveis por domicílios cresce, de acordo com o Censo

Os homens representam a maioria (50,9%) entre os responsáveis pelas unidades domésticas no Brasil, totalizando 37 milhões, enquanto as mulheres, com 36 milhões, estão próximas, com 49,1%. Esses dados são da pesquisa Censo Demográfico 2022: Composição domiciliar e óbitos informados, que indica uma mudança significativa em relação a 2010, quando 61,3% dos responsáveis eram homens, contra 38,7% de mulheres.

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Divulgada nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa revela que a proporção de mulheres responsáveis supera os 50% em 10 estados. Em Pernambuco, essa taxa é de 53,9%, seguida por Sergipe (53,1%), Maranhão (53,0%), Amapá (52,9%), Ceará (52,6%), Rio de Janeiro (52,3%), Alagoas e Paraíba (51,7%), Bahia (51,0%) e Piauí (50,4%).

De acordo com o Censo 2022, havia aproximadamente 72 milhões 522 mil 372 unidades domésticas no Brasil, 15 milhões a mais do que em 2010, que registrou 57 milhões. A média de moradores por unidade ficou em 2,8, inferior a 2000 (3,7) e 2010 (3,3). Cerca de 72,3% das unidades têm até três moradores, e 28,7% têm dois residentes.

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Marcio Mitsuo Minamiguchi, pesquisador e gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, explicou que a denominação de pessoa responsável refere-se a quem os moradores indicam. A terminologia “chefe” utilizada em censos anteriores não é mais aplicada, tornando as comparações inadequadas.

Minamiguchi também esclareceu que a unidade doméstica é o conjunto de pessoas que reside em um domicílio particular, com base em arranjos para garantir alimentação e outros bens essenciais. A formação dessa unidade ocorre pela relação de parentesco ou convivência com a pessoa responsável. A pesquisa exclui domicílios coletivos, como presídios e hospitais.

Além disso, em 2022, mais da metade (57,5%) das unidades domésticas era composta por responsável e cônjuge ou companheiro(a) de sexo diferente, um recuo em comparação com 2010, quando essa proporção era de 65,3%.

A pesquisa também indicou um crescimento das unidades domésticas formadas por pessoa responsável e cônjuge ou companheiro(a) do mesmo sexo, atingindo 0,54% do total. Embora a proporção ainda seja pequena, aumentou em relação a 2010, quando era de 0,10%. O número de domicílios assim definidos cresceu de 59.957 em 2010 para 391.080 em 2022. O Distrito Federal registrou a maior proporção de unidades com responsável em união homoafetiva (0,76%), seguido pelo Rio de Janeiro (0,73%) e São Paulo (0,67%).

Pela primeira vez, o Censo de 2022 mostrou que a proporção de pardos (43,8%) entre os responsáveis pelas unidades domésticas superou a de brancos (43,5%). Em 2010, os pardos representavam 40,0%, enquanto os brancos eram 49,4%. Essa mudança reflete o aumento da população parda e preta nos últimos censos.

O perfil do responsável é mais velho, predominantemente preto e pardo, e feminino, com um número menor de filhos. O crescimento de unidades unipessoais também foi notado, refletindo mudanças comportamentais na formação de famílias e a diminuição da estrutura familiar em decorrência de separações e viuvez.

Entre 2010 e 2022, a proporção de unidades com responsável, cônjuge e filho dos dois caiu de 41,3% para 30,7%, enquanto a proporção de casais sem filhos aumentou de 16,1% para 20,2%. Entre os residentes, 3,9% eram netos, uma participação menor do que em 2010 (4,7%), mas ainda maior que a de outros parentes ou conviventes.

A unidade doméstica mais comum em 2022 foi a nuclear (64,1%), seguida pela unipessoal (18,9%), estendida (15,4%) e composta (1,5%). A única categoria que aumentou sua participação desde 2010 foi a unipessoal, que passou de 12,2% para 18,9%, com crescimento em todos os grupos etários.

O Rio de Janeiro registrou as maiores proporções de unidades unipessoais (23,4%), seguido pelo Rio Grande do Sul (22,3%) e Espírito Santo (20,6%). As menores proporções foram observadas no Amapá (12,0%), Amazonas (13,0%) e Pará (13,5%).

O IBGE ressaltou que a análise da composição domiciliar inclui a caracterização da pessoa responsável pelo domicílio quanto à idade, cor ou raça, e a presença de cônjuge e filhos, permitindo compreender melhor o perfil das unidades domésticas em relação ao tamanho e à composição.

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