A Agência Nacional de Vigilância Sanitária solicitou informações para a Coordenadoria de Vigilância em Saúde da capital paulista e para o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do estado de São Paulo sobre a regularidade das instalações das unidades da rede Prevent Senior. Nos ofícios, a agência destaca que na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado foram feitas denúncias de que hospitais da operadora funcionam sem alvará e licenciamento necessário.
Os documentos estipulam prazo de 48 horas para que os órgãos municipal e estadual de saúde forneçam as informações solicitadas. Segundo os ofícios, as denúncias dizem respeito especialmente sobre as unidades destinadas ao tratamento de pacientes com Covid-19 e aos hospitais Sancta Maggiore.
Alvará
Após fiscalização, a prefeitura de São Paulo identificou que o hospital da Prevent Senior, na Vila Olímpia, zona sul da cidade, não tem licença de funcionamento. Segundo a Secretaria Municipal de Subprefeituras, o estabelecimento está em situação irregular e precisa apresentar a documentação ou encerrar as atividades.
De acordo com a secretaria, o hospital tem prazo de 30 dias para regularizar a situação, caso contrário está sujeito a multas em um total de R$ 125,4 mil.
A Prevent Senior disse, por nota, que o local tem autorização do governo estadual para funcionar como hospital de campanha. Essa informação foi confirmada pelo Centro de Vigilância Sanitária.
CPI
A operadora de saúde foi alvo de uma série de denúncias apresentadas nesta terça-feira (28) na CPI da Pandemia. A advogada Bruna Morato, que representa um grupo de médicos que trabalharam na empresa, afirmou que os profissionais de saúde eram obrigados a prescrever remédios sem eficácia comprovada.
Além disso, segundo a advogada, os médicos também eram coagidos a alterar prontuários médicos, retirando a menção à Covid-19 dos registros e passando a falsa sensação de sucesso dos medicamentos do chamado kit-covid. As ações seriam, de acordo com as denúncias, uma forma da empresa reduzir custos com as internações das pessoas acometidas pelo novo coronavírus.
Em nota, a empresa afirmou que as acusações feitas na CPI são infundadas, “que têm como base mensagens truncadas ou editadas vazadas à imprensa e serão desmontadas ao longo das investigações”.
A operadora também nega ter obrigado o uso de remédios sem eficácia ou ter ocultado casos de Covid-19. “Ao longo da epidemia, a Prevent aplicou cerca de 500 mil testes em que constatou o contágio de 56 mil pacientes. Desse número, 7% redundaram em mortes. Todos os casos foram rigorosamente notificados. A Prevent Senior sempre respeitou a autonomia dos médicos, nunca demitindo profissionais por causa de suas convicções técnicas”, acrescenta o comunicado.
Segundo a empresa, o índice recuperação nos hospitais mantidos pela operadora ,na faixa etária média dos 68 anos de idade, “é, comprovadamente, superior ao que se registra nos hospitais das redes pública e privada”.
*Por Agência Brasil