segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Ataque de 8 de janeiro foi impulsionado por revolução imaginária, afirmam psicanalistas

As manifestações do dia 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão e depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e da sede do Supremo Tribunal Federal, foram motivadas por uma revolução fantasiosa e anacrônica. Essa afirmação vem de Tales Ab´Sáber, um renomado psicólogo e professor de filosofia da psicanálise na Universidade Federal de São Paulo. Ele destaca que a violência ocorreu em um momento em que o ex-presidente Jair Bolsonaro já havia deixado o país, encerrando efetivamente qualquer trama estratégica relacionada a um golpe.

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Dez dias após a saída de Bolsonaro e com um novo governo empossado, seus apoiadores em Brasília destruíram propriedades públicas na tentativa de concretizar uma revolução imaginária totalmente fora de seu tempo e sem viabilidade. Ab´Sáber observa que, apesar da falta de fundamentos reais para a realização desse golpe, as ações violentas de 8 de janeiro tinham suas razões concretas.

A mobilização da extrema-direita, segundo o psicanalista, foi alimentada por um ambiente propício para o fanatismo. A agitação havia sido crescendo há um mês e meio, marcado por tentativas de paralisação e protestos em frente aos quartéis. Ele menciona que havia um plano estruturado de golpe, conectado aos acampamentos dos bolsonaristas, que alimentava a expectativa de que um movimento aqueles poderia realmente ocorrer.

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A fuga de Bolsonaro sinaliza o abandono da estratégia militar do golpe, mas a dimensão popular desse movimento, sustentada por ele, não foi extinguida. A omissão do ex-presidente em desmobilizar seus apoiadores contribuiu para o caos que se seguiu.

Na análise do psicanalista Christian Dunker da USP, a imaginação dos bolsonaristas foi alimentada por fantasmas do passado, como o temor do comunismo, além de uma visão distorcida da história e da política. Ele acredita que a mobilização que antecedeu a invasão indicava uma possibilidade real de um ato terrorista sem precedentes.

Dunker compartilha uma lembrança impactante sobre a sensação que a invasão provocou, comparando-a aos ataques de 11 de setembro de 2001. Ele esteve em Brasília uma semana antes da posse do novo presidente e notou uma falta de segurança nos arredores dos acampamentos de apoiadores de Bolsonaro, onde encontrou uma comunidade marcada por desespero e fragilidade emocional.

Para Ab´Sáber, é crucial seguir os processos legais. Ele enfatiza que todos precisam entender que a tentativa de golpe é um crime, reiterando a importância de reafirmar os princípios constitucionais na sociedade. A Agência Brasil tentou contatar a defesa de Jair Bolsonaro para uma manifestação sobre o assunto, mas não obteve resposta até o momento.


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Redação
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