A Ucrânia é o país com a segunda maior epidemia de HIV da Europa Oriental e Ásia Central. Em momento de guerra, o tratamento contra o vírus chega a cerca de 62% dos 240 mil soropositivos graças a ações apoiadas pela sociedade civil.
O Programa da ONU sobre HIV/Aids, Unaids, diz que antes do conflito foram as organizações de base que impulsionaram os avanços no aumento de remédios, na mobilização comunitária e de fundos para a prevenção em grupos prioritários.
Terapia antirretroviral
A agência alerta, no entanto, que esse esforço precisa de apoio e financiamento contínuos para que a resposta à epidemia não retroceda.
Apesar da guerra, o Unaids promoveu o envio de auxílio para terapia antirretroviral, medicamentos para tuberculose e a substituição de opioides para impedir que o tratamento fosse interrompido.
A sociedade civil tem sido o motor da resposta ucraniana ao HIV em parceria com o Centro de Saúde Pública. Por isso, a Unaids considera urgente financiar a sociedade civil para apoio aos serviços no país e seus vizinhos acolhendo refugiados.
“Feridas psicológicas”
A agência da ONU prossegue o fornecimento de serviços, remédios e ajuda humanitária aos necessitados, apesar de bombardeios, ataques, da falta de eletricidade e do acesso limitado ao leste e ao sul.
Pela passagem do ano da invasão russa, outras entidades humanitárias ressaltaram desafios prioritários com impacto na saúde dos ucranianos. A Cruz Vermelha, por exemplo, aponta crescentes notificações de questões psicológicas.
Muitos ucranianos precisam de lugares para ficar, de pagar uma renda estável e de assistência médica e escolas, destaca a instituição.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, mobiliza auxílio para a atuação nesses campos. A agência lembra que 487 crianças morreram e 954 ficaram feridas em 2022, a grande maioria devido ao uso de explosivos.
A Agência da ONU para os Refugiados, Acnur, confirmou 13 milhões de pessoas obrigadas a deixar suas casas pelo conflito. A Europa acolhe 8 milhões de refugiados, enquanto dentro do país vivem mais de 5 milhões deslocados.
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