quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Cedra divulga dados sobre a entrada da população negra no ensino superior

Dados recentes do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra) revelam mudanças significativas na presença de estudantes negros no ensino superior brasileiro. Entre 2010 e 2019, a participação deste grupo cresceu de 10,7% para 38,2%, enquanto a porcentagem de brancos no mesmo período foi de 19,8% para 42,5%.

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Metodologia e Fonte dos Dados

As informações foram extraídas do Censo da Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Cedra planeja disponibilizar todos os dados em seu site a partir da próxima terça-feira (19).

A Importância da Declaração de Cor-Raça

Um fator fundamental para entender as disparidades educacionais é a coleta de dados sobre o perfil dos estudantes. O Cedra destaca que a declaração de cor-raça é essencial para criar um panorama mais preciso. Em 2010, 68,5% dos universitários não haviam indicado essa informação, mas esse número caiu para 17% em 2019. A falta de dados concretos dificulta a elaboração de políticas públicas eficazes.

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Impacto das Políticas de Cotas

O diagnóstico do Cedra também aponta que as cotas estabelecidas pela Lei nº 12.711/2012 desempenharam um papel crucial no aumento do ingresso de estudantes negros nas universidades públicas. Entre 2014 e 2019, a participação de pretos e pardos cresceu de 26% para 43%, superando a quantidade de brancos, que era de 40% naquele ano.

Presença de Negros na Educação Privada

No setor privado, a presença de estudantes negros foi mais limitada desde o início do período analisado. Em 2014, os negros representavam 20,8% das turmas e, em 2019, esse número subiu para 36,8%. Os brancos nas instituições privadas passaram de 30,9% para 43,2% no mesmo intervalo de tempo.

Recortes de Gênero e Étnico-Racial

A análise do Cedra também inclui a questão de gênero. Em 2019, o número de mulheres negras que frequentavam o ensino superior (43,1%) superava o de mulheres brancas. Por outro lado, entre os homens, as porcentagens de negros e brancos foram equiparadas, com 41,8% para cada grupo.

Variação entre Cursos

Os dados também mostram que a aceitação de negros varia entre diferentes áreas de estudo. Cursos como Engenharia Civil, Elétrica e Mecatrônica apresentaram uma menor representação de estudantes negros tanto em 2014 quanto em 2019, em instituições públicas e privadas.

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