O mês de setembro é voltado para uma importante campanha: o “Setembro Verde”, mês dedicado à conscientização e ao incentivo à doação de órgãos. O objetivo é destacar que a informação sobre o ato de doar órgãos pode salvar vidas, além de ser um pilar importante nesse processo e que precisa ser difundida.
O dia 27 de setembro foi instituído como o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data, instituída pela Lei nº 11.584/2.007, visa conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto.
A doação de órgãos pode salvar várias vidas. Uma única pessoa pode salvar cerca de 10 pessoas quando opta por ser um doador. Após autorizada a doação de órgãos, o hospital comunica à Central de Transplantes, responsável por procurar possíveis receptores tendo como base a compatibilidade entre os envolvidos.
As doações de órgãos só acontecem após uma série de processos e protocolos de segurança, incluindo o diagnóstico de morte encefálica, a autorização familiar para doação, a avaliação dos órgãos de modo a afastar doenças infecciosas, além da realização de exames de compatibilidade com prováveis receptores.
Após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica, a Central de Transplantes é notificada e a família consultada. É por meio da entrevista realizada por uma equipe de profissionais de saúde que a família é informada sobre o processo e é solicitado o consentimento para a doação de órgãos.
O Sistema Nacional de Transplantes, cuja função de órgão central é exercida pelo Ministério da Saúde, é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país, com o objetivo de desenvolver o processo de doação, captação e distribuição de órgãos, tecidos e (CTH) células-tronco hematopoéticas para fins terapêuticos.
O Ministério da Saúde reforça que a lista para transplantes é única e vale tanto para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto para os da rede privada.
Estatísticas sobre transplante de órgãos
O transplante de órgãos no Brasil sofreu queda acentuada nos três anos de pandemia de Covid-19, conforme a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
Atualmente, mais de 50 mil pessoas no país estão na Lista Única Nacional aguardando por um transplante para sobreviver e ter mais qualidade de vida. O Estado de São Paulo é o líder da fila de espera, tendo entre 25 a 30 mil pacientes.
No primeiro semestre do ano, houve significativo aumento nas taxas de notificação de potenciais doadores (67,5 por milhão de população) e de doação (19 por milhão de população). A série histórica, com as taxas alcançadas pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) desde 2013, aponta o avanço.
No primeiro trimestre de 2023, o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) notificou um aumento de 6% na taxa de doadores efetivos, com 17,5 por milhão de população. A meta para o ano é de aumento de 10%. Entre janeiro e março de 2023, a doação de órgãos totalizou 2.023, entre coração, fígado, intestino, multivisceral, pâncreas, pulmão e rim. No mesmo período houve 3.673 doações de tecidos e 1.026 de medula óssea.
Transplantes
Por modalidade de transplante, de acordo com dados do SNT, houve aumento de 30% no número de transplantes de pâncreas, 20% nos transplantes renais, 16% nos transplantes de coração e 9% nos transplantes de fígado. Com relação aos transplantes de córneas, no primeiro semestre de 2023, foram realizados 7.810 procedimentos, 15% a mais do que no mesmo período do ano passado. Para os transplantes de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea) houve realização de 1.838 procedimentos – 6% de aumento.
Confira a quantidade de transplantes feitos de janeiro a junho deste ano, segundo o SNT:
- Rim – 2,9 mil;
- Fígado – 1,1 mil;
- Coração – 206;
- Pâncreas e rim – 47;
- Pulmão – 37;
- Pâncreas – 13;
- Multivisceral – 1.
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