Os números de homicídios, latrocínios e lesão corporal seguida de morte registrados em 2023 já ultrapassam os números de casos referentes ao mesmo período do ano passado. De janeiro até abril de 2022 foram 365 casos registrados no Espírito Santo. Já no mesmo período de 2023, os dados mostram que 373 pessoas foram vítimas desses crimes, de acordo com o Observatório da Segurança Pública.
Desses, 20% aconteceram no Norte do Estado. A região fica atrás apenas da Metropolitana, que concentra 47% dos crimes. “No extremo Norte temos Pedro Canário. Na cidade, em 2023, tivemos, nos três primeiros meses, nove homicídios. Quando se levantam todos os dados desses homicídios, se vê, nitidamente, a influência do tráfico de drogas”, ressalta o superintendente de Polícia Regional Norte (SPRN), delegado Fabrício Dutra, que vai além.
“Já nos homicídios da região Norte, diferente de outros lugares, os crimes são majoritariamente por proximidade, que são aqueles quando a vítima possui algum vínculo com o assassino. É algo cultural. Em Jaguaré, por exemplo, no mês de abril tivemos quatro homicídios. Nenhum deles por tráfico de drogas. Dois foram por briga de bar, um deles foi por um fato familiar e outro por uma questão de uma dívida”, esclarece.
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O delegado continua pontuando os crimes. “Em São Mateus tivemos o homicídio em que o enteado matou o padrasto; em Conceição da Barra foram dois homicídios, um por tráfico e outro resultado de uma briga de pessoas conhecidas. Muitos desses crimes foram a facadas, utilizando arma branca. É importante ver essa coisa cultural, de resolver muitas questões pessoais usando uma violência e que acaba tirando a vida das pessoas”, relata.
“Se analisados, os casos da região Norte diferem um pouco do resto do Espírito Santo. Se vê que uma parte tem relação com o tráfico de drogas e a outra metade são crimes de proximidade, esse crimes de relação, como ciúmes, vingança, dívida, desentendimento… É algo que, por mais que a polícia trabalhe, não consegue fazer uma prevenção. É uma discussão, uma briga de bar… E isso é um desafio, um desafio cultural”, conclui.
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