A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o ataque de três cachorros à adolescente grávida Rafaela Gomes Loyola, de 17 anos, em Guarapari, no dia 11 de setembro. Investigações da Delegacia Especializada de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) de cidade apontaram que o dono dos cães, um homem, de 46 anos, proprietário de uma madeireira de onde os animais fugiram, foi responsável pelas circunstâncias que resultaram no ocorrido. O empresário foi indiciado por lesão corporal grave com dolo eventual.
Nesta sexta-feira (7), a Polícia Civil informou sobre a conclusão do inquérito e divulgou um vídeo que mostra o momento em que os cachorros fogem de uma madeireira no bairro Ipiranga, em Guarapari, antes de atacarem a adolescente.
A adolescente foi atacada no último dia 11 de setembro e teve ferimentos graves – sofreu várias lacerações pelo corpo causados pelas mordidas dos cães. Ela foi socorrida por uma mulher, que a levou para Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Guarapari. Depois, a grávida foi transferida para o Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra, onde ficou internada por 17 dias.

O caso foi encaminhado para a DPCAI de Guarapari, que deu início às diligências com o intuito de elucidar as circunstâncias do ataque.
“Apuramos que o buraco no alambrado da madeireira, por onde os cães fugiram, não poderia ter sido feito em uma única noite, tendo em vista que toda a cerca estava presa ao chão com presilhas. Somente em um ponto estava solta, demonstrando a negligência do proprietário quanto à manutenção do local”, relatou o delegado Vitor Alano, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança, Adolescente e Idoso de Guarapari.
O delegado explicou também que o proprietário da empresa relatou que os cães foram adquiridos para a guarda e treinados para o ataque. Além disso, segundo o titular da DPCAI de Guarapari, pessoas que adquirem cães de grande porte devem redobrar os cuidados, o que não ocorreu neste caso.
“Os levantamentos indicam que o proprietário dos animais agiu em dolo eventual, ou seja, mesmo sabendo do risco que os animais poderiam oferecer, não se importou se houvesse eventual fuga e ataque. Nas imagens do dia, vemos claramente que os cães fogem com tremenda facilidade. A vítima não veio a óbito porque recebeu ajuda de duas pessoas que passavam de carro pelo local e foi preciso jogar o veículo em cima dos cães para que a largassem”, explicou Alano.
O inquérito foi concluído e o relatório com o indiciamento encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPES).
Grávida atacada por cães no ES: dono de madeireira é indiciado por lesão corporal