14 de julho de 2025
segunda-feira, 14 de julho de 2025

Aquecimento global pode tornar regiões do Brasil inabitáveis, diz estudo da Nasa

Num momento em que o calor anômalo afeta boa parte do planeta, uma análise da Nasa, a agência espacial americana, destaca que alguns lugares do mundo podem se tornar inabitáveis nas próximas décadas com a escalada das temperaturas. Áreas do Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste do Brasil estão incluídas num estudo que mapeou cinco regiões da Terra onde o calor pode tornar impossível a sobrevivência humana dentro de 50 anos.

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Atualmente, o vermelho, que marca as temperaturas acima da média, é a cor dominante do mapa global. Países do Hemisfério Norte, onde é verão, sofrem com ondas de calor, como a que afeta desde a semana estados do Oeste e do Leste dos Estados Unidos. No Hemisfério Sul, o inverno não tem força para impedir que as temperaturas passem dos 35°C em cidades do Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil.

O aumento da temperatura é uma das principais consequências das mudanças climáticas. Cientistas enfatizam que a tendência é que o mundo continue a esquentar, caso as emissões de gases do efeito estufa continuem a seguir em ritmo acelerado. Ondas de calor já têm se tornado mais frequentes e severas.

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O alerta de que parte do mundo pode se tornar inabitável veio de um estudo integrado por Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. O trabalho analisou os extremos de calor e umidade e foi publicado na revista científica Science Advances. Para fazer o estudo, Raymond e seus colegas usaram imagens de satélite e projeções da temperatura de bulbo úmido, uma medida de conforto térmico que considera não apenas a temperatura, mas também a umidade do ar.

Embora o ar seco possa ser desagradável, é a umidade que aumenta significativamente a sensação de calor. Isso acontece porque a transpiração é um dos principais mecanismos de resfriamento do corpo humano. Porém, quando está muito úmido, o suor não evapora e isso faz com que o calor não seja dissipado.

Com a temperatura igual ou superior a 37°C e mais de 70% de umidade do ar, qualquer pessoa pode começar a ter problemas de saúde. A ciência usa a chamada temperatura de bulbo úmido para se balizar. Estima-se que mesmo a mais saudável das pessoas superaquecerá e poderá morrer se permanecer numa temperatura de bulbo úmido acima de 35°C por mais de seis horas. Esses 35°C de bulbo úmido equivalem a 45°C com 50% de umidade, o que dá uma sensação térmica de 71°C.

O corpo consegue se manter suando a 45°C com 20% de umidade. Porém, se a umidade passar de 40%, essa combinação pode ser letal porque a capacidade de suar e dissipar calor se reduz. Não se sabe quase nada sobre como as pessoas podem se adaptar à exposição a temperaturas assim por vários dias.

Há alguns anos, considerava-se quase impossível que essa temperatura de bulbo úmido fosse atingida. No entanto, o estudo mostrou que desde 2005 isso já acontece em alguns lugares do Golfo Pérsico e do Paquistão. Segundo o estudo, se a tendência de aquecimento continuar, essas temperaturas extremas vão se tornar progressivamente mais elevadas e frequentes ao longo das próximas décadas.

Os cientistas estimam que as seguintes áreas podem se tornar inabitáveis até 2070:

  • Sul da Ásia: onde vivem milhares de milhões de pessoas, poderá registrar temperaturas de bulbo úmido superiores a 35°C.
  • Golfo Pérsico e Mar Vermelho: as temperaturas nessas regiões já são extremamente elevadas e a previsão é de que aumentem ainda mais.
  • Partes da China, Sudeste Asiático e Brasil: essas regiões também poderão enfrentar condições inabitáveis nas próximas décadas, embora o prazo exato seja mais incerto.
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