segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Entrevista: qual o papel e a importância do Assistente Social na sociedade?

Hoje, 15 de maio, comemora-se o Dia do Assistente Social, profissional de suma importância para a sociedade e para o desenvolvimento de políticas públicas que visam à garantia dos direitos humanos e a promoção da justiça social.

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Para falar mais sobre essa data tão relevante, conversamos com Ludimila Nunes Mantovani, assistente social da Universidade Federal do Espírito Santo há 15 anos e Mestre em Políticas Públicas.

Em nossa entrevista, ela nos conta sobre a importância do trabalho do assistente social, as principais atribuições da profissão e os desafios enfrentados na busca por uma sociedade mais justa e igualitária.

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O Capixaba: Pode compartilhar uma experiência gratificante em que seu trabalho como assistente social teve um impacto positivo na vida de um indivíduo ou comunidade?

Ludimila Mantovani: Quando uma intervenção impacta um indivíduo, consequentemente também impacta as pessoas ao seu redor. Já passei por muitas experiências boas. O assistente social atua para viabilizar direitos e quando isso acontece é muito compensador. No meu caso, trabalho há 15 anos promovendo o ingresso, permanência e a conclusão do ensino superior de estudantes público alvo da Política de Reserva de Vagas. É muito bom acompanhar o desenvolvimento deles através de ações e práticas de assistência estudantil que se dão em várias dimensões como alimentação, transporte e desenvolvimento acadêmico. Na prática, conheci uma ex aluna do curso de Direito, que hoje é servidora do TRE – ES. Ela me relatou que se não fosse a assistência estudantil ela não teria se formado. Esse é o produto final do trabalho do AS e que com certeza fez diferença na vida dessa pessoa e de sua família.

O Capixaba: Quais são as principais responsabilidades de um assistente social em sua área de atuação?

Ludimila Mantovani:

De forma geral:

• Orientar indivíduos, famílias, grupos, comunidades e instituições: sobre acesso a direitos, serviços e recursos sociais disponíveis, encaminhar as demandas do usuário para setores ou rede responsáveis, elaborarprogramas, projetos, eventos e reuniões com vistas à viabilização de direitos

• Pesquisar e compreender a realidade social do público alvo,através de estudo sócio-econômico e análise de conjuntura interseccional, realizar visitas técnicas e domiciliares com o objetivo de promover o acesso aos direitos, manter -se atualizado e coerente com os princípios éticos da profissão, articular o conhecimento teórico à dimensão técnico operativa do Serviço social dentre outras, observando sempre a LIBERDADE enquanto valor ético central.

O Capixaba: De que forma você lida com o esgotamento emocional e o autocuidado, considerando a natureza desafiadora e emocionalmente exigente do trabalho como assistente social?

Ludimila Mantovani: O adoecimento existe enquanto fruto da iniquidade social e seus fatores estruturantes como a desigual distribuição de renda, pobreza, sexismo, racismo, capacitismo e outras formas de opressão. É na falta ou na escassez e ineficiência das políticas públicas direcionadas às classes subalternas, que inside o adoecimento do AS. É complicado dizer ao usuário que determinado direito não pode ser atendido porque não existe recurso, porque não existem vagas, porque o Estado não foi capaz de dar respostas às expressões da questão social agravadas pela divisão de classes na sociedade capitalista. Conhecer a realidade de um indivíduo e não poder intervir nela para transforma la, é uma angústia constante. O que acontece é que o profissional AS fica abandonado pelas instituições empregadoras, e cabe a ele o movimento solitário de buscar ajuda para cuidar de sua saúde mental. O AS é também um profissional que cuida, e por este e outros tantos motivos, precisa e merece ser cuidado.

O Capixaba: Em sua opinião, quais são as principais mudanças necessárias nas políticas públicas e na sociedade para promover uma maior valorização e reconhecimento do trabalho dos assistentes sociais?

Ludimila Mantovani: O AS é um profissional inserido na divisão sócio técnica do trabalho. Atua na ponta mas conhece profundamente a raiz e o meio pois seu referencial teórico de viés marxista, lhe possibilita apreender na dialética da realidade, as causas das expressões da questão social. Por compreender esse movimento, o AS é capaz de realizar uma análise crítica da realidade e construir propostas para transformá- la com vistas ao bem comum. Neste sentido, ouvir a categoria e valoriza-la pode promover ações eliminatórias para a população marginalizada. O AS tem sua prática alinhada aos interesses da classe trabalhadora.

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