Bela Gil ao lado da mulher de Lula, Rosângela da Silva, também conhecida como Janja.
A chef de cozinha recusou o convite para ocupar a Secretaria de alimentos Saudáveis, que está sendo criada no Ministério do Desenvolvimento Agrário. A pasta, porém, deve fechar um contrato para que ela atue como consultora na área em programas alimentares de alcance nacional.
O convite a Bela Gil foi feito na sexta-feira (6) pelo ministro Paulo Teixeira. Eles conversaram na manhã deste sábado (7) e a chef declinou a proposta porque não poderia se mudar para Brasília com a família neste momento, disse o ministro ao UOL.
Ela sopesou questões familiares e profissionais e não tem como vir a Brasília agora. Ela vai ser uma consultora nossa”
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário
Ainda não está definido quem vai ficar à frente da secretaria.
O plano é construir esse programa de alimentos saudáveis e ela vai ajudar”
Paulo Teixeira
No Instagram, a chef justificou a decisão:
Bela Gil participou da equipe de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo fez um raio-x das ações do setor no governo Jair Bolsonaro e indicou alguns pontos para serem trabalhados na nova gestão.
No relatório que resume a atuação dos grupos de trabalho da transição, a equipe de desenvolvimento agrário afirma que as políticas públicas do setor foram desestruturadas no governo de Jair Bolsonaro e que isso teve impacto no preço e na qualidade dos alimentos acessados pelas famílias de baixa renda.
A desestruturação teve impacto negativo na produção agrícola, principalmente na produção local e nos circuitos curtos. Isso prejudicou o acesso a alimentos e elevou o seu preço, culminando em alterações de hábitos alimentares, diante do menor poder de compra dos consumidores e da queda na oferta de alimentos saudáveis”
Trecho do relatório da equipe de transição de Lula
Ministério foi recriado
- Um dos focos da pasta, recriada por Lula, vai ser o estímulo à produção no campo para programas de combate à fome.
- O programa de reforma agrária brasileiro teve redução no governo Bolsonaro: a verba média anual para o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) nas gestões de Lula era de R$ 4,8 bilhões e passou para R$ 614 milhões sob Bolsonaro.
- O ministério foi criado em 2009 e transferido para a Casa Civil em 2016 por Michel Temer (MDB). Sob Bolsonaro, as ações do MDA passaram a ser comandadas pelo Ministério da Agricultura.