O turismo é frequentemente visto como um motor econômico, gerando empregos e movimentando o comércio local. No entanto, uma tendência crescente está surgindo em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, onde limitações e taxas são impostas para controlar o turismo excessivo. A preocupação é que o impacto ambiental e o desconforto para os moradores. Este cenário se contrasta com a situação no Espírito Santo, onde projetos turísticos podem estar seguindo uma linha oposta às práticas globais.
Privatização de parques estaduais
No Espírito Santo, ambientalistas manifestam preocupações com a intenção do governo estadual de privatizar parques públicos, o que poderia atrair um turismo massivo. Esta abordagem beneficia um número restrito de empresas, em vez de promover um turismo mais sustentável e inclusivo. Guarapari, por exemplo, enfrentou um Réveillon caótico, recebendo mais de um milhão de turistas, resultando em superlotação e estresse tanto para visitantes quanto para residentes.
O impacto do “overtourism” e a rejeição ao turismo
O fenômeno conhecido como “overtourism” está gerando reações negativas em muitas comunidades ao redor do mundo. As cidades enfrentam ruas congestionadas e preços inflacionados, levando ao surgimento da “turismofobia”, a rejeição dos turistas pela população local. Especialistas sugerem soluções, como implementar controles mais rigorosos na comercialização de destinos turísticos saturados e promover o turismo sustentável, que respeita a cultura local e apoia pequenos negócios.
Preservação em destinos icônicos
Em contraste com a abordagem no Espírito Santo, locais como Fernando de Noronha, no Brasil, e o Everest, no Nepal, impõem taxas e limites rigorosos ao número de visitantes para preservar o meio ambiente. Fernando de Noronha, por exemplo, limita a entrada a 132 mil turistas por ano e cobra taxas para acesso, enquanto o governo nepalês elevou as taxas de escalada no Everest em resposta ao impacto ambiental causado por alpinistas.
Taxas de conservação em cidades icônicas
Cidades icônicas como Veneza e Barcelona também adotaram medidas semelhantes, implementando taxas para acesso e restrições ao número de turistas. A taxa turística em Veneza varia conforme a antecedência do pagamento, enquanto Barcelona limitou o número de visitantes em excursões. Essas ações visam reduzir o impacto do turismo em massa e melhorar a qualidade de vida dos residentes.
A abordagem do governo de Amsterdã
Amsterdã, que recebe cerca de 20 milhões de turistas anualmente, implementou restrições rigorosas, como a proibição de grandes navios de cruzeiro e a limitação na construção de novos hotéis. As Ilhas Canárias também enfrentam o mesmo dilema, com o número de turistas superando em muito a população local, levando a reclamações e possíveis intervenções governamentais.
Limitações em Santorini e Machu Picchu
Ampliando as medidas, o governo grego limitou o número de visitantes em Santorini a oito mil por dia, enquanto Machu Picchu exige que os visitantes sejam acompanhados por guias e impõe taxas de entrada, visando a preservação do local.
Aumentar a conscientização sobre o turismo sustentável é crucial, e ações como a implementação de taxas e restrições são passos importantes em direção a um futuro mais equilibrado para o turismo, onde o respeito à cultura local e à natureza prevalece sobre o turismo em massa.