quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Estudo aponta elevada mortalidade em cânceres associados ao tabaco

Um estudo recente revelou que mais da metade dos pacientes diagnosticados com cânceres relacionados ao tabaco no Brasil não sobrevive à doença. Em casos como o câncer de esôfago, a letalidade chega a ultrapassar 80%. Outros cânceres na lista incluem aqueles da cavidade oral, estômago, cólon e reto, laringe, colo do útero e bexiga.

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Os dados foram apresentados no estudo intitulado “Impactos do tabagismo além do câncer de pulmão”, divulgado na quarta-feira (27), coincidentemente o Dia Nacional de Combate ao Câncer, pela Fundação do Câncer. A pesquisa analisou a incidência, mortalidade e letalidade de sete tipos de câncer tabaco-relacionados, destacando o cigarro como um dos principais responsáveis por cânceres e mortes evitáveis no Brasil.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador do estudo, Alfredo Scaff, ressaltou que o tabagismo é o principal responsável pelo câncer de pulmão e também influencia diversos outros tipos de câncer. O estudo identificou a letalidade e a mortalidade dos cânceres tabaco-relacionados, com destaque para o cálculo baseado em dados de Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).

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A letalidade para o câncer de cavidade oral é de 43% nos homens e 28% nas mulheres, sendo a Região Nordeste a que apresenta os índices mais altos entre os homens (52%). Para as mulheres, a Região Norte é a que apresenta a maior letalidade, com 34%. O câncer de esôfago também apresenta altas taxas de letalidade, superior a 80% em muitas regiões do Brasil, com 98% no Sudeste entre os homens.

O câncer é atualmente a segunda maior causa de morte no Brasil, com 239 mil óbitos registrados em 2022 e 704 mil novos casos previstos para 2024, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os cânceres relacionados ao tabaco foram responsáveis por 26,5% das mortes por câncer em 2022, representando 17,2% dos novos diagnósticos esperados para este ano.

A letalidade para o câncer de estômago foi calculada em 71%, com a Região Norte apresentando o índice mais alto, de 83%. O câncer de cólon e reto mostrou uma letalidade estimada de 48% entre homens e de 45% entre mulheres. Para o câncer de laringe, a letalidade é de 65% entre homens. Entre as mulheres, essa taxa varia de 48% a 88% nas diversas regiões do Brasil.

O câncer do colo do útero tem uma letalidade de 42%, sendo que o tabagismo tem um papel significativo na incidência e mortalidade da doença, especialmente na Região Norte. A prevenção primária, através da vacinação contra o HPV e de programas de detecção precoce, é enfatizada. Em relação ao câncer de bexiga, a letalidade estimada é de 44% para homens e 43% para mulheres.

O estudo destaca a forte relação entre os cânceres identificados e o tabagismo. Embora o tabaco não seja a única causa, ele se apresenta como um fator determinante em muitos casos. De acordo com Scaff, as substâncias presentes no tabaco comprometem as células epiteliais, afetando todo o sistema digestivo e reprodutivo.

As substâncias do cigarro, ao serem ingeridas, afetam a boca, orofaringe e laringe, e podem chegar ao esôfago, onde há uma forte correlação com o câncer do colo do útero. A pesquisa ainda aponta que o tabagismo pode reduzir a imunidade local, facilitando infecções que, em casos como o HPV, aumentam o risco de câncer.

Em suma, o estudo reforça a necessidade de um monitoramento e intervenções eficazes para combater os efeitos do tabagismo e a alta letalidade dos cânceres associados.

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