O PSOL ES, juntamente com a Setorial de Mulheres do partido, emitiu nesta sexta-feira (19) uma contundente nota de repúdio aos alarmantes casos de feminicídio que assolam o Espírito Santo. A nota destaca a gravidade da situação, enfatizando os chocantes números de violência, especialmente direcionados às mulheres negras.
A triste realidade é evidenciada pelos dados divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) nesta terça-feira (2). Ao longo do ano de 2023, o Estado registrou 35 casos de feminicídio, sendo mais de 75% dessas vítimas assassinadas por maridos ou companheiros. Esses números perturbadores denunciam a urgência de medidas efetivas para combater a crescente onda de violência contra as mulheres.
É crucial ressaltar que o feminicídio não é um crime comum; ao contrário do homicídio, ele é definido pela motivação de gênero. Trata-se do assassinato perpetrado contra a mulher simplesmente pelo fato de ela ser mulher, seja por misoginia, seja por discriminação de gênero, ou mesmo em situações de violência doméstica.
A nota do PSOL ES destaca a preocupação não apenas com o aumento dos casos, mas também com a estagnação dos indicadores em comparação ao ano anterior. É imperativo compreender que a falta de variação nos números não indica uma melhoria real na situação, mas sim a persistência de um quadro alarmante que demanda ações imediatas e eficazes.
Leia a nota na íntegra:
Nota de Repúdio: Feminicídios no Espírito Santo – exigimos ação imediata
É com profunda consternação e repúdio que expressamos nossa indignação diante do hediondo feminicídio ocorrido no Espírito Santo, onde uma jovem enfermeira, grávida de 8 meses, teve sua vida brutalmente interrompida por quem um dia lhe prometera amor e cuidado.
Este terrível incidente ocorre em um contexto alarmante, revelado pelos dados chocantes divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. Das 35 vítimas de feminicídio ao longo de 2023, mais de 75% foram assassinadas por maridos ou companheiros, uma estatística que expõe a vulnerabilidade das mulheres em seus relacionamentos mais próximos.
A falta de variação em relação aos números de 2022 indica a estagnação preocupante, longe de representar qualquer melhoria nos indicadores. A sociedade capixaba permanece diante de uma epidemia de violência de gênero que requer ações urgentes e eficazes por parte das autoridades competentes.
Solicitamos veementemente as autoridades a não apenas buscar justiça para a vítima, mas também a implementar medidas concretas para prevenir futuros casos de feminicídio, em especial medidas voltadas as mulheres negras onde dados apontam um aumento siguinifi ativo de mortes. Exigimos uma revisão e fortalecimento do sistema de medidas protetivas, garantindo que nenhum pedido fique sem prosseguimento devido a reestruturações burocráticas.
Vivemos em um Brasil onde mais de 12 milhões de mulheres negras são vítimas de violência, representando 65,6% do total de mulheres vitimizadas. Mulheres negras enfrentam desafios múltiplos em uma sociedade patriarcal, machista e racista, como indicado pela pesquisa “Visível e Invisível” de 2022. O aumento para 53,8% nos episódios de violência ocorridos dentro de casa nos últimos 12 meses destaca a urgência de um acolhimento que evite revitimizações.
Neste momento sombrio, expressamos nossa solidariedade aos familiares e amigos da vítima, bem como a todas as mulheres que vivem sob a constante ameaça da violência de gênero. A violência contra a mulher não pode ser tolerada em nossa sociedade, e é imperativo que todos se unam na luta por um futuro onde a segurança e o respeito sejam garantidos a todas as mulheres.
Assinado,
PSOL-ES