O deputado estadual Lucas Polese (PL) virou alvo de dois pedidos de investigação no Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e um pedido na Assembleia Legislativa do Estado (Ales), após ser abordado em uma blitz da Lei Seca, no último sábado (6), em Vitória, e ter se recusado a fazer o teste do bafômetro. Na ocasião, Polese estava dirigindo um carro da frota oficial da Ales.
O parlamentar alegou que não fez o teste por recomendação de seu departamento jurídico. Além disso, Polese teve que apresentar à Polícia Militar (PMES) um condutor apto para dirigir o carro para ser liberado. Ele o fez, porém, o motorista apresentado não seria servidor da Assembleia, o que seria irregular.
Baseado nisso, a Organização Não-Governamental (ONG) Transparência Capixaba e a Juventude Socialista Brasileira (JBS), ligada ao partido PSB, protocolaram representações no MPES, com pedido para que Polese seja investigado por possível desvio de uso de bem público.
“Considerando o fato de que, pela circunstância dos fatos, houve um possível desvio de uso de bem público por parte do deputado (utilização de veículo oficial para uso particular), que ensejaria incidência em crime de improbidade administrativa, bem como quebra de decoro parlamentar, por recusar-se a realizar teste do bafômetro, apresentando “odor etílico’, sob posse de veículo oficial, servimo-nos do presente para rogar humildemente a atuação, verificação e investigação dos fatos, por parte do Ministério Público, enquanto ‘custos legis’, e guardião maior da ordem pública, a fim de que reste esclarecido se houve uso indevido de veículo oficial do Estado, e, caso positivo, sejam tomadas todas as providências – na esfera administrativa e legal – cabíveis ao caso”, diz um trecho do pedido protocolado pela JSB junto ao Ministério Público.
A JSB também encaminhou uma representação ao presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos), pedindo que haja “a instauração imediata de sindicância administrativa, junto à Corregedoria Parlamentar, para apurar a conduta do Deputado Estadual Lucas da Re Polese, por suposta improbidade administrativa”.
A Transparência Capixaba informou que também vai protocolar uma representação contra Polese na Assembleia Legislativa para que sua conduta seja investigada na Casa de Leis estadual.
Motorista não é servidor da Casa
Na representação junto à Ales, a JSB afirmou que o motorista indicado por Lucas Polese para conduzir o veículo oficial não é um servidor da Casa de Leis, o que seria ilegal.
“Ao recusar-se a realizar o teste do bafômetro, ‘sob odor etílico’, o deputado informou que o fez ‘conforme orientação jurídica’, após consulta telefônica aos seus advogados. Para evitar a apreensão do veículo, o parlamentar acionou o Sr. Carlos Filipe da Silva Lyrio para assumir a direção do veículo – cumprindo ressaltar que Lyrio não é servidor do Gabinete do Deputado Lucas Polese, tampouco da Assembleia Legislativa ou de qualquer setor público que legitimasse a sua assunção na direção de veículo oficial, custeado com recursos públicos, pagos pelos contribuintes capixabas”, diz a representação.
Além de pedir a investigação do parlamentar pela Corregedoria-Geral da Ales, a JSB pede que a Assembleia convoque todos os policiais que participaram da abordagem ao deputado estadual, bem como o próprio Lucas Polese e Carlos Filipe da Silva Lyrio para prestarem esclarecimentos.
A representação também pede para que Polese comprove que os acontecimentos narrados faziam parte de uma agenda oficial e que o parlamentar arque com o valor integral da multa com recursos próprios.
Lucas Polese alegou que estava em compromisso oficial com o embaixador do Azerbaijão e que estava dirigindo o carro oficial porque estava tarde e o seu motorista mora em Nova Almeida, na Serra. A abordagem policial aconteceu por volta de 1h30 da madrugada do último sábado.
A reportagem do MovNews entrou em contato com a assessoria de imprensa do deputado Lucas Polese, mas as ligações não foram atendidas.
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