Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, conseguiu formar o maior bloco parlamentar da Casa com nove partidos e 173 deputados, o que o torna o fiel da balança em qualquer votação importante para o Palácio do Planalto.
Segundo o Estadão, Lira demonstra poder em relação à governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com esse arranjo. O “blocão”, como é conhecido, é composto por PP, União Brasil, PSB, PDT, PSDB-Cidadania, Solidariedade, Avante e Patriota. Embora conte com partidos de centro-esquerda e aliados do governo, como o PDT e o PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin, o grupo isolou a federação PT-PCdoB-PV, com 81 deputados, e também o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, com 99.
O movimento de Lira ocorreu após o racha do Centrão, que ele lidera.
Há duas semanas, o Republicanos, que integrava o núcleo duro do Centrão, deixou o grupo para formar um bloco com MDB, PSD, Podemos e PSC, com 142 deputados.
A nova correlação de forças também envolve cargos e até a antecipação da disputa pela presidência da Câmara, daqui a dois anos.
Em sua rápida reação, Lira mandou recados ao Planalto, que depende de suas articulações políticas. Líderes de partidos afirmaram que o “blocão” pode fortalecer Lula.
Deputados, como Elmar Nascimento (União Brasil-BA), afirmaram que não há interesse do grupo em criar “qualquer tipo de celeuma” com o governo.