terça-feira, 5 de novembro de 2024

Problemas de saúde pós-parto afetam mais de um terço das mulheres

Um estudo publicado pela revista “The Lancet Global Health” na última semana, revelou que pelo menos 40 milhões de mulheres por ano correm o risco de enfrentar complicações de saúde prolongadas decorrentes do parto. O levantamento mostra também que uma elevada carga de condições pós-natais persiste por meses ou anos.

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Sofrimento físico e emocional

Pascale Allotey, diretor de Saúde Sexual e Reprodutiva e Investigação da Organização Mundial da Saúde, OMS, é um dos autores do estudo.

Segundo ele “muitas condições pós-parto causam sofrimento considerável na vida quotidiana das mulheres, muito depois do nascimento, tanto emocional como fisicamente, e ainda assim são largamente subestimadas, subreconhecidas e subnotificadas”.

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Alguns exemplos são dor durante a relação sexual, dor lombar, incontinência urinária, ansiedade, depressão e infertilidade secundária. Para os autores do artigo é necessário um maior reconhecimento destes problemas no sistema de saúde.

Cuidados eficazes durante a gravidez e o parto são também um fator preventivo relevante, para detectar riscos e evitar complicações que podem levar a problemas de saúde duradouros após o nascimento.

Profissionais de saúde qualificados e cuidados obstétricos de emergência oportunos e de qualidade podem ajudar a prevenir a devastadora lesão no parto causada pela fístula obstétrica
Unfpa/Moçambique

Profissionais de saúde qualificados e cuidados obstétricos de emergência oportunos e de qualidade podem ajudar a prevenir a devastadora lesão no parto causada pela fístula obstétrica

Ausência de pesquisas e dados

Para Pascale Allotey, ao longo das suas vidas, e para além da maternidade, as mulheres precisam de acesso a uma gama de serviços, “para que não só sobrevivam ao parto, mas possam desfrutar de boa saúde e qualidade de vida”.

O levantamento indica que, apesar da sua prevalência, estas condições têm sido amplamente negligenciadas na investigação clínica, na prática médica e nas políticas.

Durante uma revisão da literatura abrangendo os últimos 12 anos, os autores não identificaram nenhuma diretriz recente de alta qualidade para apoiar o tratamento eficaz para 40% das 32 condições prioritárias analisadas.

Os pesquisadores ressaltam que as lacunas de dados também são significativas, pois não houve estudos representativos a nível nacional ou global para qualquer uma das condições identificadas.

De acordo com o documento, é necessária uma abordagem holística para reduzir as mortes maternas, concentrando-se não apenas nas suas causas biomédicas imediatas, mas também na complexa interação de condições sociais, econômicas e ambientais mais amplas que afetam a saúde das mulheres.

Dentre elas estão as desigualdades raciais e de gênero, bem como o contexto econômico, a nutrição, o saneamento, os riscos ambientais ou a exposição à violência e aos conflitos.

A falta de atenção a estas questões fundamentais ajuda a explicar por que razão 121 dos 185 países não conseguiram progredir significativamente na redução das mortes maternas nas últimas duas décadas, afirma o estudo.

*Com informações da ONU News

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