Os tiroteios em massa estão cada vez mais frequentes no Brasil e no Espírito Santo. Só no ano passado houveram dois ataques que chocaram o Estado. O primeiro foi em agosto, quando um ex-aluno foi detido ao tentar invadir uma escola em Vitória portando arco e flechas, coquetel molotov e bombas caseiras. Já o outro foi ainda pior. Em novembro, um massacre em duas escolas deixou 4 mortos e 12 feridos em Aracruz, no Norte do Estado.
Para tentar conter essa onda de violência, este ano, a Prefeitura de Vitória comprou “botões do pânico” para 103 unidades de ensino da sua rede municipal. A medida visa prevenir ou mitigar os efeitos desses ataques.
“O botão é muito bem-vindo e vai ajudar bastante. Entretanto, acreditamos também numa educação inclusiva, que use o conhecimento para dar oportunidades e trazer paz para o conjunto que compõe a escola”, disse a diretora do CEMEI Menino Jesus, localizado no Centro da Capital, Fernanda Regina dos Reis.
Diante de situações como esta é necessário que alunos e professores estejam preparados para agir rapidamente. Normalmente, quando a polícia e a equipe médica chegam ao local já se passaram mais de 10 minutos, o que pode significar a perda de muitas vidas.
Para reduzir as chances de um massacre dentro de escolas, é necessário a criação de protocolos que possam ser seguidos à risca por alunos e professores. Um bom exemplo acontece nos Estados Unidos. Por lá, foram criadas “cartilhas” que mostram o passo a posso de como agir diante de um ataque.
Nessa espécie de manual, os alunos são instruídos a ter autoconfiança para saber como agir de forma rápida e eficaz. O curso inclui técnicas de proteção (como criar barricadas para bloquear o acesso a uma sala), primeiros socorros (aplicar torniquetes e fazer curativos em ferimentos a bala), e, por último, se necessário, como confrontar e desarmar um agressor.
A professora de História da rede estadual Stefane Dagnes aponta que os tiroteios em massa são um problema bastante complexo que advém da violência estrutural e do armamentismo propagado por setores ultraconservadores da sociedade.
“O botão do pânico e as cartilhas de ação podem ajudar a alertar e até mesmo atenuar a tragédia, mas, infelizmente, não irão prevenir que isso aconteça novamente. É necessário um conjunto maior de ações por parte do Estado para combater a violência e conscientizar a população”, ressaltou.