Depois de ser apontada como uma das cidades mais violentas do país, a Serra, na Região Metropolitana da Grande Vitória, por mais um ano consecutivo reduziu a taxa de assassinatos e desponta como um lugar que volta a ser seguro para o morador.
Em 2022, de acordo com dados da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, o município registrou o menor número anual de homicídios dos últimos 26 anos.
Em um comparativo, em 2008 a Serra terminou o ano com 432 mortes e se tornou o município mais violento do Brasil; em 2009, a cidade contabilizava uma média de 36 homicídios por mês.
Em 2022, 14 anos depois de liderar o ranking nacional da violência, a Serra fechou o ano com 134 homicídios; atingindo pelo segundo ano seguido o menor número de assassinatos desde 1996.
A média, cerca de 11 mortes por mês; teve uma redução de 68,98% em 13 anos. Em comparação a 2021, quando 138 pessoas perderam a vida para a violência, a cidade registra redução de 2.89%.
Em comparação ao registrado em 2020, a redução é ainda maior: 17,28%. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP).
De acordo com o delegado, a Serra não lidera o ranking de homicídios no Espírito Santo desde 2018. Ele afirma que essas reduções na violência são resultados de ações integradas, com principal foco na investigação eficaz e prisão de homicidas.
“Esse resultado é fruto de um trabalho sério e comprometido da DHPP Serra em conjunto com o Ministério Público e Poder Judiciário, que vendo sendo desenvolvido desde o ano de 2017 com uma investigação eficaz e prisão qualificada de homicidas, o que diminui a sensação de impunidade e consequentemente a redução de homicídios”, disse o delegado.
Ao todo, a DHPP da Serra realizou 187 operações policiais; prendeu 110 criminosos; cumpriu 193 mandados de prisão; além de 133 inquéritos concluídos com autoria, sendo 75 deles de homicídio consumado.
Sandi Mori ressaltou que, na média histórica, houve um pequeno aumento em 2020 devido à pandemia da Covid-19, no entanto, a situação voltou a ser normalizada em 2021.
“Em 2020, teve um leve aumento em razão do início da pandemia, que muitas pessoas ficaram em casa e eles aproveitaram igual ao período de greve da Polícia Militar em 2017. Foram 16 homicídios apenas de aumento, nada que perdesse o controle; em 2021, voltou ao normal e reduzimos mais que em 2019”, destacou o delegado Sandi Mori.
Ranking macabro
Ainda de acordo com os dados repassados pela SESP, a Serra, em 2022, ficou em segundo lugar do ranking de assassinatos do Espírito Santo. Na frente está Vila Velha, com 159 óbitos.
Já atrás da cidade, em terceiro lugar, vem Cariacica, com 122. Vitória, a capital, está em 4º lugar: 70 mortes em 2022. Guarapari está em 5º, com 27 e Viana em 6º, com 18.
Em toda a Grande Vitória, foram 530 homicídios em 2022, 10 a mais do que em 2021. Ou seja, um crescimento de 1.92%.
Análise
Para o analista em Segurança Pública do Portal MovNews, Rusley Medeiros, a Serra tem investido em tecnologia e em recursos humanos, por meio dos agentes da Guarda Civil. A união desses fatores, equipamentos e valorização dos agentes de segurança municipais resultam em maior presença e ações preventivas.
Além disso, ações em conjunto entre as forças estaduais e a força municipal garantem uma Cidade mais segura.Investimentos em iluminação, áreas públicas e presença da Guarda e da polícia militar, sem dúvidas, são de suma importância para a redução de índices criminais e Serra tem feito isso de forma exemplar.Tais números reforçam a necessidade do investimento na estrutura e valorização dos agentes de segurança, além de políticas públicas eficazes que auxiliem na redução do interesse para ingresso no mundo criminoso.
Serra, também, demonstra maior distância entre as facções que atuam em Vitória e Vila Velha e, com isso, os conflitos armados e, vai de consequência, os homicios também tendem a reduzir.
A grande questão é, justamente, mapear as facções, impedir o seu fortalecimento e atuação, além de garantir uma atuação conjunta e com valorização das guardas civis e da polícia militar. E, claro, reforçando as ações de inteligência e as investigações da polícia civil.