É comum que o número de banhistas aumente nas praias durante as férias escolares. Moradores e turistas aproveitam o clima quente da estação para curtir a brisa do mar, mas o clima de férias pode se tornar um verdadeiro pesadelo. O Coordenador de Salvamento Marítimo Ednardo Rocha Dalmacio alerta para os perigos nas praias e orienta que os cuidados devem ser redobrados.
Desde o início das férias escolares o salvamento marítimo de Vitória registrou cinco resgates sendo de 37 crianças e de um idoso perdido, além de dez ocorrências de Atendimento Pré-Hospitalar (APH).
“Os atendimentos de APH são diversos. Nós atendemos muitas pessoas que se acidentam na areia, no calçadão e até mesmo nas encostas rochosas. Vitória é uma ilha e possui pequenas ilhotas. Às vezes as pessoas querem ir nadando entre as ilhas e acabam não conseguindo completar o percurso. Ou então vão e acabam não conseguindo voltar”, disse Dalmacio.
Com a alta temporada, que vai de dezembro até março, a equipe de salvamento é reforçada. Além do dobro de salva-vidas nas praias, os postos de salvamento também são reforçados. Na baixa temporada, que vai de abriu até novembro, são 10 postos nas praias de Vitória. Na alta temporada são oito a mais, um total de 18.
“Nós buscamos orientar os banhistas e prevenir para que os acidentes não aconteçam. Antes de acontecer o afogamento, o guarda vida apita, orienta, pois quando o afogamento acontece e a vítima precisa ser resgatada, o acidente pode ser traumático”, relata.
Crianças perdidas
Ednardo conta ainda que além da orientação, a equipe de salvamento também recebe muitos casos de crianças perdidas nas praias. “Cada posto possui um mastro com uma cor diferente, referente ao território, e as crianças das famílias que estão naquela região recebem uma pulseira daquela cor. Assim, se chegar uma criança perdida, a gente sabe de qual território ela veio”, assinala.
Os cuidados devem ser observados desde a chegada nas praias. O Coordenador de Salvamento Marítimo orienta que os banhistas fiquem em áreas próximas aos postos de salvamento, principalmente se o local for conhecido pelo banhista. “Para as famílias com crianças, a orientação é que as mantenha no máximo a um braço de distância. O afogamento possui três fases. A angustia, o pânico e a submersão”, afirma.
“A angustia é compreendida na fase em que a vítima percebe que está em uma situação de apuro. O pânico é percebido na hora em que ela começa a nadar e não consegue sair daquela situação. Depois do pânico a submersão vem logo em seguida. A criança não passa por essas fases. Se houver um buraco, ela vai direto para a submersão”, alerta.
Outra orientação é para a não utilização de boias e coletes infláveis, pois essas podem furar, esvaziar ou até ser empurradas e carregadas pela correnteza. “Os pais e responsáveis devem colocar coletes salva-vidas homologados pelos órgãos competentes”.
Afogamentos
Existem ainda o grande quantitativo de afogamentos de pessoas que ingeriram bebida alcoólica. “A ingestão de bebida alcoólica faz com que o banhista perca o equilíbrio e a capacidade física. Então, se beber, a alternativa para se molhar é entrar no chuveiro. O mar não é indicado”, finaliza.