Uma família composta por seis refugiados do Afeganistão foram recebidas pelo delegado da Alfândega do Porto de Vitória, Auditor-Fiscal Douglas C. Koehler, nesta segunda-feira (12). A família afegã é composta por Abdul Samandar, sua esposa Zarghona e seus quatro filhos pequenos, com idades entre 4 e 8 anos: Maliha, Mustafa, Fahira e Sadaf.
Douglas Koehler encaminhou os afegãos para a Delegacia da Receita Federal em Vitória, onde foram recebidos pelo Delegado da Unidade, Auditor-Fiscal Eduardo Roelke, que realizou a inscrição no CPF de todos os membros da família. Eduardo informou que tem vindo vários estrangeiros de diversos países, como Venezuela e Cuba, que procuram a Receita Federal para se cadastrar no CPF.
A ação ocorreu em atendimento a uma demanda apresentada pelo Pastor Ronildo Soares, da Igreja Presbiteriana de Jardim Camburi, em Vitória, que procurou a Alfândega pedindo esse apoio. A Igreja participa de um programa de acolhimento de refugiados e está dando todo tipo de ajuda para a família se adaptar ao país, como a emissão de documentos, o ensino da língua portuguesa, matrícula em escola, busca de emprego e todos os custeios pelo período de 1 ano e meio.
A família Samandar chegou ao Brasil pelo aeroporto de Guarulhos, em 10 de novembro e depois foi encaminhada para Vitória. Abdul fala fluentemente inglês, mas o restante da família fala somente a língua nativa do país – Pashto. Lá no Afeganistão ele dava aulas de inglês aos afegãos e, por ter curso superior em ciências da computação, foi contratado e trabalhou algum tempo para estrangeiros no Afeganistão.
Porém, quando o grupo extremista Talibã tomou o poder no país, em agosto de 2021, grande parte da população tentou fugir do país e a família Samandar estava entre as pessoas que tentaram embarcar como pudessem nos aviões americanos, mas eles não conseguiram. Então, saíram do país e foram para o Paquistão a pé. Lá procuraram a embaixada brasileira e se candidataram para vir ao Brasil.
Abdul informou que resolveram vir para o Brasil porque foi a forma mais rápida de sair de lá, porque para ir para os EUA, por exemplo, seria um processo mais longo.
A Receita Federal fez o possível para ajudar a regularizar a situação da família de refugiados, o que conseguiu, dentro de seu âmbito de competência.