Dor, indignação e revolta. Esse são alguns dos sentimentos de um crime sem resposta. Júnia de Souza Damasceno Bonfim, de 52 anos, foi morta em maio de 2021 com sinais de violência física e sexual após sair de casa para visitar o filho no Complexo Penitenciário de Xuri, em Vila Velha.
Um ano e meio depois da morte da dona de casa, a reportagem do MovNews conversou com Thais Damasceno, filha da vítima, para saber como tem sido conviver com a perda da mãe de uma forma tão misteriosa.
“É difícil explicar como me sinto. É uma dor insuportável. É complicado demais conviver com a ausência de uma pessoa que fez parte de todo o ciclo da minha vida”, desabafou Thais.
Emocionada, a filha da vítima relembrou um pouco as características da mãe. “Era uma ótima pessoa. Ninguém tem o que reclamar dela. Sempre foi uma excelente mãe. Tanto que se alguém perguntar sobre ela no bairro, ninguém tem o que reclamar. Nunca fez mal para ninguém”, recordou.
Em meio às lágrimas, Thais relembrou a última vez que viu a mãe. “Eu tinha feito o cabelo dela. Lá em casa, tínhamos o costume de fazer o dia do hambúrguer. Era em uma quinta-feira e ela falou para mim: ‘Thais, estou indo ao presídio. Se eu atrasar um pouquinho, você começa a fazer’. E sai de casa e nunca mais voltou”.
Júnia saiu de casa, em Vitória, no final da manhã do dia 13 de maio de 2021. Nove dias após o sumiço, a família recebeu a triste notícia. A dona de casa foi encontrada morta próximo ao complexo penitenciário de Xuri.
Dezenove meses depois, Thais ainda reclama da ausência de respostas da polícia sobre o desaparecimento e morte da mãe. “Parece que eles (polícia) não têm interesse em investigar o que aconteceu. Nunca recebemos nenhuma informação sobre suspeitos ou sobre as investigações. Isso é revoltante”, desabafou.
A Polícia Civil foi procurada para falar do assunto e em nota respondeu:
“A Polícia Civil informa que as diligências foram iniciadas assim que o fato ocorreu e o Inquérito Policial segue em andamento na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) já foram realizadas diversas diligências, inclusive, oitiva de familiares. Os policiais estão trabalhando com afinco, todos os dias, com objetivo de prestar o melhor serviço aos parentes das vítimas, não só desse caso, mas de todos que possuem inquérito em aberto na delegacia. A Polícia Civil esclarece que os familiares da vítima sempre foram prontamente atendidos quando procuraram por informações”.
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