Embora não seja lembrado no Brasil, o dia 14 de fevereiro é celebrado em muitos países como o Dia dos Namorados. A data serve para lembrar São Valentim, outro santo casamenteiro da tradição ocidental. Na época, o imperador romano, Claudius II, havia proibido a realização de casamentos, por crer que os solteiros eram soldados melhores do que os casados. O bispo Valentim, no entanto, prosseguiu com as cerimônias “clandestinas”, o que lhe rendeu uma condenação à morte.
O cupido é outra figura muito lembrada pelos casais ou pessoas em busca de sua cara metade. Representado como um menino pelado que, com suas flechas, atinge os solitários, o Cupido é muitas vezes acusado por nossas desilusões amorosas. Quem nunca concordou com Celly Campello e chamou o Cupido de estúpido ou outros nomes?
Dance rock com Celly Campello (Estúpido Cupido)
Como é de conhecimento de muitos, Cupido não é apenas um menino alado que une os corações solitários. Ele é, na verdade, a versão romana do deus Eros que, por sua vez, é filho de Afrodite, deusa da beleza e do amor.
Para o médico Erixímaco, a harmonia e o sentido de unidade presentes na música são frutos da ação do amor. Ele define a música como uma ciência de Eros, pois por meio dessa arte elementos opostos entram em acordo e alcançam uma unidade. A música une agudos e graves, consonâncias e dissonâncias, notas curtas e longas, etc.
Em outras palavras, para os gregos a própria música é fruto do amor. Portanto, não há nada mais óbvio do que ser o amor um dos temas mais recorrentes nas canções dos mais diversos estilos, lugares e tempos.
Há quem considere ser o “Hino a Nikkal”, a “partitura” mais antiga do mundo, a primeira canção de amor da humanidade. Datada de 1.400 A.C., essa canção era usada para homenagear Nikkal, deusa da fertilidade e esposa do Deus da Lua no antigo Oriente Médio.
Hino Hurriano para Nikkal – a canção mais antiga do mundo.
A relação do amor e da música, entretanto, não foi percebida só pelos antigos filósofos gregos. Os tocadores da viola caipira sabem que a música e o amor andam lado a lado. Ao explicar a origem dos nomes de algumas das afinações desse instrumento tão brasileiro, Zeca Collares nos explica tal relação.
De acordo com Zeca Collares, Deus entregou a viola caipira ao homem como um meio de comunicação entre ambos. Assim, quando quisesse pedir alguma coisa ao Criador, o violeiro empunhava o seu instrumento e fazia sua solicitação por meio de uma música.
Ao perceber o potencial da viola caipira, o Tentador sussurrou no ouvido do homem: “Rapaz! Não está vendo que esse instrumento é especial? Aproveita e usa ele para fazer as suas conquistas amorosas!” Assim foi feito e desta forma surgiu a primeira afinação da viola caipira que foi chamada de cebolão, pois, ao ouvir o toque da viola, as moças choravam como se estivessem cortando uma cebola.
Afinações Rio Abaixo e Rio Acima – Origem
Apesar de não ser o único tema a ser abordado em muitas canções, o amor é a fonte de inspiração explícita e implícita de muitas músicas que fizeram sucesso. Mesmo canções com temáticas sociais como “Faroeste caboclo” do Legião Urbana podem ter como pano de fundo uma história de amor. No caso de “Faroeste caboclo” a relação entre João do Santo Cristo e Maria Lúcia.
Legião Urbana – Faroeste Caboclo
Seja qual for o seu estilo musical favorito, aproveite o dia de hoje para ouvir sua canção de amor preferida com a sua cara metade. Afinal de contas, o amor está no ar e na caixa de som!