Imagine isso: você está com uma xícara de café em mãos, e não é apenas sobre provar. É sobre entender. O aroma, a textura, o sabor – tudo alinhado para contar uma história. Bem-vindo(a) ao CVA (Coffee Value Assessment), a revolução da SCA que não apenas pontua cafés, mas traduz sua alma.
O que é o CVA?
O CVA é uma abordagem modernizada para classificar a qualidade dos cafés especiais. Diferente do tradicional sistema de 100 pontos, o CVA vai além de simplesmente pontuar os cafés. Ele considera o valor percebido do café, ou seja, como suas características sensoriais (como acidez, corpo, doçura e finalização) se conectam às expectativas de diferentes públicos. Isso permite que produtores e compradores se comuniquem de forma mais clara sobre o potencial do café.
Por que o sistema mudou?
O sistema tradicional de avaliação, usado por décadas, tinha suas limitações. Ele focava em aspectos técnicos, mas não conseguia capturar totalmente o contexto e o valor percebido de um café. Em um mercado cada vez mais diversificado, com consumidores exigentes e estilos de preparo variados, era hora de atualizar o modelo para algo mais inclusivo e holístico.
Com o CVA, a SCA busca valorizar cada etapa da cadeia produtiva, desde o trabalho do produtor até a experiência do consumidor final. Além disso, o novo sistema reconhece que cafés podem ser excepcionais de maneiras diferentes, e não apenas pela ausência de defeitos.
O impacto do CVA para os produtores e consumidores
Para os produtores, o CVA é uma revolução. Ele não só mede a qualidade técnica, mas também como aquele café pode ser apreciado em diferentes contextos, valorizando a história por trás de cada lote. Para consumidores, isso significa acesso a cafés com perfis sensoriais mais bem definidos e relevantes.
Por exemplo, imagine um café com notas de frutas tropicais e uma acidez vibrante. No antigo sistema, ele poderia ser apenas mais um café “bom”. Já no CVA, essas características seriam destacadas como um diferencial, conectando produtores a mercados específicos que valorizam esses detalhes.
O que torna o CVA especial?
O CVA redefine a forma como o café é avaliado. Ele se afasta do sistema de 100 pontos – que tratava o café como um número – e se concentra em capturar atributos específicos e o valor percebido. Um exemplo perfeito disso é o Maçã do Amor, do Moka Clube, que exala notas de acidez málica e doçura caramelada.
Outro exemplo é o Chocolate Trufado, de Espírito Santo do Pinhal. Este café tem um corpo cremoso e notas de chocolate 70%, processado pelo método cereja descascado. No CVA, essas características não são meros detalhes técnicos – elas são o coração do café, mostrando como o terroir e o processo convergem para criar uma obra-prima sensorial.
Decifrando os Componentes do CVA
No final, o CVA combina ciência, arte e transparência. Aqui estão os principais pilares do sistema:
- Avaliação Física
- Examina os atributos intrínsecos dos grãos verdes, como cor, defeitos e umidade. É aqui que se percebe o potencial bruto do café.
- Avaliação Descritiva
- Registra atributos sensoriais como fragrância, sabor e acidez. É a análise objetiva do que você sente na xícara.
- Avaliação Afetiva
- Foca na percepção subjetiva de qualidade. Essa seção pergunta: “Este café agrada a você ou ao mercado que você representa?”
- Avaliação Extrínseca
- Analisa atributos como origem, certificações e histórias do produtor. É o “por trás das cenas” que dá contexto ao que você bebe.