Duas grandes estruturas localizadas no manto da Terra estão despertando a atenção de cientistas, oferecendo novas perspectivas sobre a dinâmica interna do nosso planeta. Essas formações, conhecidas como “supercontinentes”, são envoltas por um complexo sistema de placas tectônicas que são transportadas para estas áreas por um processo chamado subducção. Neste fenômeno, uma placa tectônica submerge sob outra, descendo até profundidades que podem chegar a três mil quilômetros.
A descoberta da idade dessas ilhas subterrâneas pode revolucionar o entendimento sobre o comportamento do manto terrestre. A hipótese de que o manto é homogêneo e de fluxo rápido está sendo cada vez mais contestada. Pesquisadores afirmam que, na realidade, há menos movimentação no manto do que se pensava. O professor Arwen Deuss, sismólogo da Universidade de Utrecht, comenta que existia incerteza sobre a natureza desses “supercontinentes”, questionando se eram fenômenos temporários ou se haviam permanecido ali por milhões, ou até bilhões de anos.
Análise das Ondas Sísmicas
Os cientistas também conduziram uma análise detalhada das ondas sísmicas relacionadas a essas ilhas. Foi observado que a atividade sísmica diminui significativamente nas áreas identificadas como Supercontinentes, que são oficialmente denominadas “Grandes Províncias de Baixa Velocidade Sísmica” (LLSVPs). O estudo revela que as ondas sísmicas desaceleram ao atravessar essas províncias, um fenômeno atribuído à temperatura elevada dessas regiões. O conceito de “amortecimento” também foi introduzido, referindo-se à perda de energia das ondas sísmicas durante sua travessia pela Terra, o que contribui para uma compreensão mais precisa do manto.
O Impacto na Superfície da Terra
Os pesquisadores destacam que entender a composição e o comportamento do manto também é fundamental para decifrar eventos na superfície terrestre, incluindo atividade vulcânica e a formação de montanhas. O conhecimento profundo do manto não só amplia nossa visão sobre a estrutura interna da Terra, mas também tem implicações diretas sobre fenômenos que moldam a superfície que habitamos.
Essas descobertas sugerem que os supercontinentes escondidos no manto da Terra possuem um papel crucial na dinâmica geológica, revelando que o interior do nosso planeta é mais complexo do que anteriormente se acreditava.