O avanço da inteligência artificial tem gerado discussões acaloradas sobre o impacto no mercado de trabalho. Embora essa tecnologia seja projetada para facilitar diversas tarefas, seu uso está afetando negativamente as oportunidades de emprego para profissionais humanos, que lutam para encontrar outras fontes de renda.
Após o recente problema enfrentado pelos roteiristas de Hollywood, agora é a vez da inteligência artificial assumir o lugar dos dubladores. Vejamos mais detalhes sobre essa questão.
Uso da inteligência artificial no mercado de trabalho
Um questionamento surgiu nas redes sobre a legitimidade do uso da inteligência artificial na criação de novas histórias para roteiros. No entanto, um fato importante a ser considerado é que roteiristas humanos ainda seriam contratados para editar e aprimorar o trabalho feito pela tecnologia, conferindo-lhe um toque mais vivo e humano.
Essa estratégia adotada por algumas empresas tem provocado revolta entre os profissionais, pois eles são contratados por um valor menor para retrabalhar o trabalho da inteligência artificial, muitas vezes tendo que descartá-lo completamente e refazê-lo do zero, recebendo uma remuneração muito abaixo do que originalmente era pago a esses profissionais.
No caso da narração de livros, essa situação é ainda pior, pois a inteligência artificial está substituindo os dubladores de forma literal.
A tecnologia não precisa desenvolver um texto, mas sim dar voz a uma história já criada. Assim como os narradores humanos, a inteligência artificial deve variar os tons de voz para interpretar a história e transmitir emoção ao ouvinte.
Atualmente, existem inúmeras ferramentas que permitem essa funcionalidade, o que torna a situação ainda mais complicada. Os profissionais da área já perceberam a redução significativa na demanda de trabalho devido ao uso dessa tecnologia.
Embora o avanço tecnológico seja atraente para o público e para os desenvolvedores, a maneira como esse processo está ocorrendo não é ideal.
No caso das vozes utilizadas pela inteligência artificial para gravar as histórias, ainda não há relatos de uma empresa que tenha criado uma voz do zero, sem utilizar como base a voz de uma pessoa real.
Portanto, para evitar problemas de direitos autorais e o uso não autorizado de vozes de terceiros, as empresas estão mesclando diferentes vozes para alegar que uma nova voz foi criada.
Além disso, os profissionais de dublagem e narração argumentam que o público também não receberá o melhor produto final como seria o caso se a gravação fosse feita por um ser humano.
É claro que algumas empresas estão agindo corretamente, oferecendo uma remuneração adequada aos dubladores quando suas vozes são utilizadas pela inteligência artificial. No entanto, essa não é a regra.
Assim como tudo relacionado ao tema “empregos substituídos pela inteligência artificial”, esse ainda será um assunto amplamente debatido nos próximos tempos.