O encerramento precoce das festividades carnavalescas na noite de terça-feira foi marcado por cenas de confronto entre foliões e a Polícia Militar, que recorreu ao uso de bombas de efeito moral e tiros de borracha para conter a agitação, em uma tentativa de silenciar o barulho que persistiu até altas horas na noite anterior.
A expectativa gerada após uma batalha política liderada pelo vereador André Moreira (PSOL), resultando na autorização do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) para a realização dos blocos de rua no centro de Vitória, era de que as festividades transcorressem com segurança e organização. Promessas foram feitas, incluindo a disponibilização de banheiros químicos, lixeiras, pontos de água e uma estrutura completa para garantir um carnaval sem transtornos.
A prefeitura agiu em parte conforme o prometido, instalando aproximadamente 500 lixeiras ao longo da orla para evitar a repetição do cenário caótico de lixo do ano anterior. Pontos de água gratuitos, demandados por André Moreira, também foram providenciados, com um na praça Getúlio Vargas e outro na Gama Rosa.
Entretanto, o problema recorrente durante este e outros carnavais é a falta de uma abordagem preventiva por parte dos fiscais municipais, da guarda municipal e da própria Polícia Militar, que muitas vezes só atuam quando a situação já está fora de controle. O toque de recolher imposto pelos militares no encerramento do carnaval foi uma triste consequência dessa falta de prevenção.
Os moradores do centro de Vitória, em entrevista ao MovNews, expressaram que o problema não está nos blocos em si, mas sim na falta de ação preventiva após o término dos eventos, quando carros de som e pessoas com caixas de som ocupam as ruas até altas horas da madrugada sem que medidas eficazes sejam tomadas pela prefeitura.
Na madrugada de terça-feira, o uso de bombas de efeito moral pela Polícia Militar ocorreu por volta das 2h da manhã, momento em que a Rua 7 já estava tomada por uma aglomeração de pessoas consumindo drogas e diversos carros de som com volume elevado.
O centro de Vitória só se tornará um local adequado para sediar o carnaval de rua quando a prefeitura entender que as ações devem ser preventivas, não reativas. Isso não apenas para satisfazer os foliões que vêm de todo o estado para celebrar, mas também para garantir o bem-estar dos moradores locais.