Por ser um vírus que exige contato bem próximo entre pessoas para ser transmitido, as medidas de controle da varíola do macaco são, em sua maioria, menos rigorosas do que as da Covid-19. Entretanto, com o avanço da doença em mais de 40 países fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) ficar em alerta.
Isso porque o contato de pele ou por gotículas respiratórias, como, por exemplo com conversar próximas ou beijos, são algumas das principais formas de se infectar com o vírus causador da varíola do macaco.
“A transmissão de humano para humano ocorre por meio de contato físico próximo ou direto (face a face, pele a pele, boca a boca, boca a pele) com lesões infecciosas ou úlceras mucocutâneas, inclusive durante a atividade sexual, gotículas (e possivelmente aerossóis de curto alcance) ou contato com materiais contaminados (por exemplo, lençóis, roupas de cama, eletrônicos, roupas, brinquedos sexuais)”, esclarece a OMS.
O sinal de alerta das autoridades foi ligado porque o surto da doença tem sido associado a reuniões de pessoas, especialmente a festas.
“Reuniões e eventos que envolvam contato físico, incluindo sexo, podem representar um ambiente propício para a transmissão do vírus da varíola dos macacos, se envolverem interações próximas, prolongadas ou frequentes entre pessoas, o que por sua vez pode expor os participantes ao contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados. Reuniões planejadas em áreas onde foram detectados casos de varíola podem ser mantidas com segurança com algumas precauções e compartilhamento de informações conforme necessário”, acrescenta a OMS.
Brasil
No Brasil, todos os casos de varíola do macaco confirmados até o momento são de pessoas que estiveram recentemente fora do país, exceto um deles, que teve contato com estrangeiros. Não há transmissão comunitária da doença, mas isso não significa que não possa ocorrer.
A OMS lista uma série de ações que devem ser realizadas em locais onde há surto de varíola do macaco. São elas:
• Organizações de eventos devem estar cientes da epidemiologia da varíola do macaco, formas de transmissão e medidas que devem ser tomadas se uma pessoa desenvolver sintomas compatíveis com a doença (veja abaixo).
• Utilização de lista de participantes em eventos a fim de facilitar o rastreamento de contatos caso alguma pessoa seja diagnosticada posteriormente com a doença.
• Pessoas com sinais e sintomas consistentes com varíola devem evitar contato próximo com qualquer outro indivíduo e devem evitar participar de reuniões.
• Algumas medidas adotadas contra a Covid-19 também são úteis na prevenção da varíola do macaco, como lavagem das mãos e distanciamento físico. “O contato pele a pele e face a face deve ser desencorajado”, recomenda a OMS.
• O contato próximo com alguém que tenha sinais ou sintomas consistentes com varíola do macaco deve ser evitado, incluindo não ter contato íntimo ou sexual.
• “Os participantes devem sempre ser lembrados de aplicar responsabilidade individual em suas decisões e ações, com o objetivo de preservar sua saúde, a das pessoas com quem interage e, finalmente, a de sua comunidade. Isso é especialmente importante para reuniões espontâneas ou não planejadas”, acrescenta a entidade em suas recomendações.