O Brasil registro em todo o ano passado, 257 pessoas LGBTQIA+ mortas de forma violenta. O dado foi divulgado no sábado (20), pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização não governamental (ONG) LGBT da América Latina.
Segundo o levantamento, o número indica que, a cada 34 horas, uma pessoa LGBTQIA+ perdeu a vida de forma violenta no país, que se manteve no posto de mais homotransfóbico do mundo em 2023.
O trabalho da ONG com relação as mortes por homicídio e suicídio da população LGBTQIA+ já é feito há 44 anos. Toda a coleta de dados é realizada por meio de notícias, pesquisas na internet e informações obtidas com parentes das vítimas.
De acordo com a ONG, o número da população LGBTQIA+ pode ser ainda maior, já que 20 mortes estão sob apuração, o que poderia elevar esse número para até 277 casos.
Do total de mortes registradas pelo Grupo Gay da Bahia, 127 se referiam a pessoas travestis e transgêneros, 118 eram gays, nove foram identificadas como lésbicas e três, como bissexuais. No Brasil, Travestis e transexuais representam por volta de 1 milhão de pessoas e os gays representam 10% da população brasileira, cerca de 20 ou 22 milhões de pessoas, ressalta a ONG.
O relatório ainda que 67% das vítimas eram jovens que tinham entre 19 e 45 anos quando sofreram a morte violenta. O mais jovem deles tinha apenas 13 anos e foi morto em Sinop, Mato Grosso, após uma tentativa de estupro.
Dentre essas mortes, 204 casos se referiam a homicídios e 17 a latrocínios. O Grupo Gay da Bahia também contabilizou 20 suicídios, seis a mais do que foram registrados em 2022.
Quanto ao local da violência, 29,5% das vítimas morreram em sua residência, mas uma em cada quatro pessoas (40%) LGBT morreram nas ruas ou espaços externos.
Regiões
Outro dado que o Grupo Gay da Bahia considera alarmante é que a maior parte das mortes ocorreu na Região Sudeste. Foi a primeira vez, em 44 anos, que o Sudeste assumiu a posição de região mais impactada, com registro de 100 casos.
A Região Nordeste apareceu na segunda posição, com 94 mortes. Na sequência, vieram as regiões Sul, com 24 óbitos, Centro-Oeste, com 22, e Norte, com 17.
Os estados que mais concentraram mortes violentas da população LGBT no ano passado foram: São Paulo, com 34 mortes; Minas Gerais, com 30; Rio de Janeiro, com 28; Bahia, com 22; e Ceará, com 21.
*Com informações da Agência Brasil
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