A Anvisa aprovou o uso do Mounjaro no tratamento da apneia do sono em adultos com obesidade, ampliando as indicações do medicamento da Eli Lilly, já usado no controle do diabetes tipo 2 e da obesidade.
A decisão foi publicada no Diário Oficial da União depois que a resolução foi assinada na sexta-feira. O fármaco, de princípio ativo tirzepatida, seguirá sendo comercializado apenas mediante prescrição médica.
Segundo a Eli Lilly, a tirzepatida reduziu de forma significativa os episódios de apneia entre pacientes com obesidade. Nos ensaios clínicos, os participantes perderam, em média, 20% do peso corporal e registraram redução de até 30 interrupções respiratórias por hora.
Os estudos de fase 3 mostraram eficácia cinco vezes maior que a do placebo na diminuição das pausas respiratórias em pacientes que não utilizavam o CPAP, aparelho de pressão positiva contínua usado para manter as vias aéreas abertas durante o sono.
Apneia do sono
A apneia obstrutiva do sono caracteriza-se por paradas repetidas da respiração durante o sono, provocadas pelo bloqueio parcial ou total das vias aéreas.
Essas interrupções podem durar alguns segundos e ocorrer dezenas de vezes por hora, causando queda na oxigenação, cansaço diurno e aumento do risco de doenças cardiovasculares.
Entre os principais fatores de risco estão a obesidade, o envelhecimento, o consumo de álcool e alterações anatômicas, como amígdalas aumentadas ou queixo retraído.
Novo nicho
A aprovação representa mais um avanço da Eli Lilly na expansão das indicações clínicas da tirzepatida, concorrente direta da semaglutida, presente em medicamentos como Ozempic e Wegovy, da Novo Nordisk.
O fármaco é considerado uma das apostas mais promissoras da farmacêutica, com potencial para movimentar bilhões de dólares no mercado global de terapias metabólicas.








