segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Lula quer acabar com apostas eletrônicas se regulamentação não controlar vício e abusos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se pronunciar, nesta quinta-feira (17), sobre a crescente preocupação com as apostas eletrônicas, sugerindo que pode tomar medidas drásticas caso a regulamentação do setor não consiga controlar adequadamente os impactos da atividade, incluindo o vício e o uso indevido dos recursos por parte da população.

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Em entrevista, Lula afirmou que o governo optou pela regulação das apostas, em vez de proibir totalmente a prática, mas deixou claro que essa decisão pode ser revista. “Tínhamos duas opções: ou acabava definitivamente ou a gente regulava. A gente optou pela regulação. Nesta semana, mais de 2 mil sites de apostas saíram do ar. Vamos ver se a regulação dá conta. Se der conta, está resolvido o problema. Se não der conta, eu acabo, para ficar bem claro”, declarou o presidente. “Não tem controle do povo mais humilde, criança com celular na mão fazendo aposta. Não queremos isso”, acrescentou, destacando os riscos da exposição a esse tipo de jogo, especialmente para as camadas mais vulneráveis da sociedade.

Lula também compartilhou uma lembrança pessoal que o marcou, de um episódio vivido em 1974, que o levou a abandonar qualquer tipo de envolvimento com apostas. Embora o presidente não tenha especificado o tipo de aposta, sua experiência pessoal reforça a mensagem de que ele vê as apostas como algo que pode causar danos se não houver um controle rigoroso.

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O perigo do vício e os danos sociais das apostas

As apostas eletrônicas, também conhecidas como “bets”, tornaram-se um fenômeno popular no Brasil, especialmente após a popularização de plataformas digitais e o fácil acesso pela internet. No entanto, o crescimento exponencial desse mercado trouxe à tona sérios problemas relacionados ao vício, especialmente entre os mais jovens e pessoas em situações econômicas vulneráveis.

Especialistas apontam que as apostas podem ser uma porta de entrada para comportamentos de risco e transtornos psicológicos, como o vício em jogo, que pode prejudicar a vida financeira, social e emocional dos indivíduos. O risco é ainda maior para aqueles que não têm condições de distinguir os limites entre entretenimento e comportamento compulsivo.

Além disso, a falta de regulamentação adequada pode abrir espaço para práticas fraudulentas, exploração de menores e a proliferação de sites não confiáveis, o que coloca em risco o dinheiro dos apostadores e aumenta a possibilidade de fraudes e crimes relacionados ao mercado de apostas.

A ação do governo, portanto, é crucial não apenas para garantir a segurança e o bem-estar da população, mas também para evitar que os abusos nesse setor afetem a qualidade de vida de milhares de brasileiros. Se o controle e a regulação falharem, a alternativa de uma proibição total pode ser o único caminho para minimizar os danos sociais causados por esse tipo de prática.

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