O documentário Nhadereko – Nosso jeito de ser, com 24 minutos de duração, é uma importante produção do Coletivo Guarani Reko, lançado nesta quinta-feira (24) no Ifes de Vitória e dirigido por Lino Guarani. Esta obra, realizada por indígenas do Espírito Santo, especificamente no território Indígena Tupinikim Guarani em Aracruz, destaca a resistência do povo Guarani diante da ameaça do Marco Temporal.
A resistência do povo Guarani
Nhadereko apresenta as práticas culturais, espirituais e a profunda conexão que os Guarani têm com a terra. O documentário é fruto do trabalho conjunto de jovens, artistas e lideranças indígenas, que se dedicaram a toda a cadeia produtiva do audiovisual, desde a fotografia até a edição, garantindo que a narrativa fosse contada pelas próprias vozes dos indígenas.
A luta pela narrativa indígena
O filme não é apenas uma representação dos Guarani, mas uma obra feita pelos Guarani. Em um Brasil marcado por séculos de apagamento da cultura indígena, Nhadereko oferece um olhar interior, que toca o coração e reitera a memória e as lutas dos povos originários. O documentário surge em meio às mobilizações contra o Marco Temporal, que ameaça os direitos territoriais dos indígenas, restringindo o acesso à terra às comunidades que a habitavam em 1988. Assim, Nhadereko se torna um manifesto audiovisual pela justiça, pelo território e pela existência dos povos indígenas.
Exibições e impacto cultural
O filme será exibido em eventos culturais, cineclubes, escolas, festivais e plataformas digitais, com o intuito de sensibilizar o público sobre a luta indígena. Nhadereko também atua como uma ferramenta de valorização da cultura Guarani, inspirando outras comunidades a contar suas próprias histórias e a resistir às adversidades.
Essa produção não apenas eleva a voz dos Guarani, mas também reafirma a importância da preservação da cultura indígena e do direito à terra, promovendo um diálogo vital sobre a identidade e a resistência dos povos originários.