A produção industrial no Brasil avançou 1,2% em março em comparação ao mês anterior, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa alta também se refletiu em um crescimento de 3,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, superando as previsões do mercado, que indicavam um aumento de apenas 0,3% na variação mensal e de 1,4% na base anual.
Desempenho em relação a patamares históricos
Atualmente, a produção industrial está 2,8% acima do nível pré-pandemia, alcançado em fevereiro de 2020, embora ainda esteja 14,4% abaixo do pico histórico registrado em maio de 2011.
Análise do desempenho mensal
Março foi marcado por um aumento de dinamismo, revertendo uma tendência de queda nos últimos cinco meses. André Macedo, gerente da PIM Brasil, destacou que esse aumento foi o mais significativo desde junho de 2024, com três das quatro grandes categorias econômicas e 16 das 25 atividades analisadas mostrando crescimento.
Setores em destaque
Os principais impulsionadores desse aumento foram coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, que cresceram 3,4%, seguidos pelas indústrias extrativas com 2,8%, e pelo setor de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que teve um expressivo aumento de 13,7%. O segmento de veículos automotores também contribuiu com uma alta de 4,0%.
Contraponto nas quedas
Entretanto, algumas atividades apresentaram declínio, como produtos químicos (-2,1%) e produtos alimentícios (-0,7%), que impactaram negativamente a média da indústria. O setor de alimentos, após um crescimento acumulado de 3,7% no período anterior, retomou a trajetória de queda.
Categorias econômicas em foco
Analisando as grandes categorias econômicas em comparação a fevereiro, bens de consumo duráveis e semi e não duráveis tiveram desempenhos positivos de 3,8% e 2,4%, respectivamente, revertendo as quedas dos meses anteriores. O segmento de bens intermediários também teve um crescimento modesto de 0,3%, marcando o segundo mês consecutivo de expansão. Por outro lado, o setor de bens de capital registrou uma ligeira queda de 0,7%.
Esses resultados indicam um cenário de recuperação na produção industrial, com setores importantes recuperando perdas anteriores e um otimismo moderado em relação ao futuro próximo.