A Comissão Europeia, principal órgão executivo da União Europeia, anunciou no dia 7 uma série de tarifas de retaliação sobre diversos produtos oriundos dos Estados Unidos. Essa ação representa uma resposta direta às medidas protecionistas implementadas pelo ex-presidente Donald Trump, que afetaram a indústria de aço e alumínio.
Contramedidas robustas
A listagem das contramedidas comerciais foi cuidadosamente elaborada, buscando equilibrar as responsabilidades entre os Estados-membros da UE. A proposta será votada no dia 9 de abril, com a implementação do primeiro conjunto de tarifas prevista para 15 de abril. Outras tarifas deverão entrar em vigor em 15 de maio.
Impacto das tarifas
Maros Sefcovic, comissário de Comércio da UE, destacou que cerca de € 380 bilhões em exportações da Europa estão sujeitas a tarifas que podem chegar a 25%, e até 27,5% para alguns produtos, como automóveis de passageiros. Isso pode aumentar a arrecadação de tarifas dos EUA, que passaria de € 7 bilhões para mais de € 80 bilhões anuais.
Contexto crítico
“A situação comercial com os Estados Unidos, nosso parceiro mais importante, está em um ponto crítico”, afirmou Sefcovic. Desde o início, a Comissão Europeia tem buscado negociações construtivas com os EUA, mas a pressão por uma solução não pode ser ignorada.
As contramedidas foram baseadas em sugestões de 660 partes interessadas e consultas com governos nacionais, refletindo uma estratégia cuidadosa e bem fundamentada. O comissário delineou que a resposta da UE se apoia em três pilares fundamentais: defesa de interesses europeus através de contramedidas, diversificação de parcerias comerciais com países como a Índia e as Filipinas, e combate a práticas de desvio comercial que possam comprometer o mercado único da Europa.
Abertura ao diálogo
Embora as medidas sejam firmes, a UE continua aberta ao diálogo com os Estados Unidos. Sefcovic destacou a disposição da UE para negociar, manifestando esperança de que os parceiros americanos estejam prontos para conversar. Ele lamentou que as tarifas estejam sendo enxergadas como uma ação corretiva, em vez de uma estratégia tática.
Essas contramedidas comerciais refletem não só um desafio imediato, mas também uma reconfiguração das relações comerciais entre a UE e os EUA, que poderão definir o rumo do comércio internacional nos próximos anos.