As indicações de que o Banco Central norte-americano começará a retirar os estímulos monetários ainda este ano fizeram o dólar subir e fechar acima de R$ 5,30. A bolsa de valores fechou em alta pelo segundo dia seguido e retomou os 112 mil pontos, ainda refletindo o alívio em relação às medidas da China para evitar uma crise no mercado imobiliário local.
O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (22) vendido a R$ 5,304, com alta de R$ 0,018 (+0,34%). A cotação operou em queda na maior parte do dia, mas passou a oscilar bastante após o anúncio do resultado da reunião do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), até consolidar a alta perto do fim da sessão.
No mercado de ações, o otimismo prevaleceu. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 112.282 pontos, com alta de 1,84%. O indicador, que chegou a subir 2,58% na máxima do dia, por volta das 15h, desacelerou após o fim da reunião do Fed, mas a recuperação do preço de diversas commodities (bens primários com cotação internacional) após a incorporadora chinesa Evergrande ter anunciado um pequeno acordo com um dos credores para evitar calote de títulos privados.
No mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve aumentar os juros básicos no Brasil, o Fed manteve os juros básicos dos Estados Unidos no menor nível da história, entre 0% e 0,25% ao ano e não alterou o programa mensal de compra de títulos. No entanto, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a redução dos estímulos pode começar em novembro e ser concluída em meados de 2022. Paralelamente, os juros começariam a ser elevados no próximo ano.
O fim dos juros baixos nos Estados Unidos estimula a retirada de capitais financeiros de países emergentes, como o Brasil. Desde o início da pandemia de Covid-19, o Fed tem mantido os juros básicos no menor nível da história e injetado dólares na economia internacional.
Em relação ao mercado chinês, os temores de que uma eventual falência da Evergrande provoque um efeito dominó que diminua as exportações do Brasil e de outros países emergentes. Caso a segunda maior economia do planeta desacelere e consuma menos commodities, como soja, petróleo e minério de ferro, o Brasil seria atingido. Desde 2009, a China é o principal destino das exportações brasileiras.
*Por Agência Brasil