5 de dezembro de 2025
sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Como apoiar os filhos na preparação para o vestibular

Algumas etapas da vida dão a impressão de que o tempo passa ainda mais rápido. Para muitos jovens, a preparação para o vestibular é exatamente assim: um turbilhão de tarefas, expectativas e comparações num momento em que tudo parece urgente. Entre provas e decisões, o maior desafio pode não ser acertar as questões, mas manter o equilíbrio pessoal. Nesse trajeto, os pais desempenham um papel discreto e essencial: estar presentes em vez de cobrar, oferecendo confiança sem impor exigências exageradas.

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Como apoiar os filhos na época do vestibular

Lembre-se de que esses estudantes enfrentam várias demandas ao mesmo tempo: o processo de assumir a vida adulta, responsabilidades escolares e a preparação para provas importantes. A combinação desse estresse pode provocar ansiedade, pressão por alto rendimento, exaustão e comparações.

“Quando o desempenho se transforma no principal critério de valor, o estudante corre o risco de perder o sentido pessoal do aprender. Donald Winnicott, psicanalista britânico, falava da relevância de um ‘ambiente suficientemente bom’: um espaço que permita experimentar, errar e criar. Quando esse ambiente vira um campo de exigências e comparações, o estudante se sente constantemente ameaçado”, ressalta Gisele Lopes, professora de psicologia da Unisuam.

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Por isso, nessa fase sensível, é crucial que pais e responsáveis entendam que o amadurecimento e as demandas dos estudos costumam envolver conflitos, dúvidas e até desorganização. Os jovens carregam expectativas internas sobre o que “devem” ser e pressões externas sobre o que os outros vão pensar.

“O papel dos pais não é eliminar o desconforto, mas oferecer presença, estabilidade e escuta. Apoiar genuinamente significa resistir à tentação de controlar e, ao mesmo tempo, demonstrar confiança de que o filho pode encontrar seus próprios caminhos.”

Não cabe aos pais assumir as responsabilidades dos estudantes, mas é possível aliviar o peso emocional dessa trajetória por meio de presença e de uma escuta sem julgamentos, observa a psicóloga.

“Para que o filho não se sinta sozinho, é preciso que o encontro com os pais seja autêntico”, afirma. Ou seja, não bastam perguntas sobre notas ou sobre o rendimento de um dia de estudos; é necessária uma curiosidade sincera sobre o que o adolescente pensa, quais dificuldades enfrenta e o que sente.

“O que mais acalma um estudante exausto não é um conselho: é um olhar que diga: ‘estou aqui, mesmo quando você erra’.”

Confiança, expectativa e frustração

Gisele explica que confiar no estudante é distinto de manter expectativas sobre seus resultados: “A confiança é silenciosa, repousa na crença de que o estudante é capaz; a expectativa, quando excessiva, sufoca.”

Essa diferença é relevante porque os filhos percebem, ainda que inconscientemente, o que os pais desejam para eles, o que pode aumentar a pressão no contexto dos vestibulares.

Uma forma simples de demonstrar confiança é reconhecer o esforço dedicado ao longo do ano de estudos. Em vez de afirmar, por exemplo, “tenho certeza de que as notas serão boas”, prefira dizer coisas como “vejo o quanto você se dedica” ou “confio que você está dando o seu melhor”. Pequenas mudanças na maneira de apoiar proporcionam aos estudantes a sensação de autonomia e não reforçam o medo de decepcionar.

“Quando os pais não identificam as projeções que fazem, acabam confundindo amor com expectativa e presença com direção. Apoiar, então, exige um gesto de humildade: olhar para dentro, perceber o que pertence ao filho e o que é próprio. Só assim o amor pode deixar de ser uma herança de sonhos e tornar-se, verdadeiramente, um espaço de liberdade”, explica Gisele.

Caso os resultados finais não ocorram como esperado, uma rede de apoio se torna ainda mais importante. Não é necessário apresentar uma solução para a frustração; o essencial é acolher os sentimentos do adolescente.

“O importante é que o erro não seja vivido como prova de incapacidade, e sim como parte do processo. Um simples ‘Tudo bem, isso acontece. O que podemos aprender com isso?’ pode transformar o fracasso em uma oportunidade de amadurecimento.”

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