O Espírito Santo é um estado com distâncias tão curtas e cheio de diversidades geográficas e culturais, é muito fácil rechear a sua viagem com passeios super diferentes um do outro. Você pode tomar um banho de mar pela manhã e experimentar o melhor da culinária italiana nas montanhas capixabas à tarde, curtindo um clima bem mais agradável. Ou então, conhecer o legado da nossa colonização à beira-mar e, ainda, fazer um passeio de escuna pelas águas de um rio e visitar uma reserva indígena em Aracruz.
Portanto, veja cinco sugestões de bate-volta a partir de Vitória, todos estão a 1 hora, no máximo, de viagem da Capital. Tem praia, montanha, passeio cultural e gastronômico.
1) Guarapari: praia e moqueca
O balneário mais famoso do Estado está a apenas 40 minutos de distância da capital. São mais de 30 praias para você escolher passar o dia. Dependendo do seu perfil, as mais famosas são: a) Setiba e Castanheiras, para crianças (esta última também atrai pessoas mais idosas); b) Areia Preta e Bacutia, para os mais jovens; e c) Meaípe e Peracanga, para famílias.
Em Meaípe você ainda pode esticar o dia experimentando a famosa culinária capixaba nos restaurantes da região. O mais famoso é o Curuca. Eu, no entanto, recomendo fortemente o Gaeta.
Mas se você esta disposto a gastar mais numa moqueca para 2 pessoas, aposte no bolinho de aipim da Zezé que, pelo tamanho, substitui facilmente uma refeição. Ele fica numa barraca entre o Curuca e a praia.
Se você gosta de trilha e natureza, uma visita ao Parque Estadual Paulo César Vinha também é uma opção. O acesso é pela Rodovia do Sol, com sinalização antes da chegada ao município.
Para ir até Guarapari, você tem 2 opções: a ES 060 (mais conhecida como Rodovia do Sol) e a BR 101.
2) Domingos Martins e Pedra Azul: no rastro da imigração européia
Para quem quer dar uma pausa no banho de mar, a dobradinha Domingos Martins X Pedra Azul é uma ótima pedida. Você vai conhecer as belezas naturais da região e experimentar o vigor do agroturismo legado pelos imigrantes italianos e alemães que se instalaram por aí no início do século XX.
Siga reto pela BR 262 (tenha muita paciência porque a rodovia não é duplicada e há tráfego intenso de caminhões) até a entrada da famosa Rota do Lagarto, onde você acessa o Parque Estadual da Pedra Azul. Surpreenda-se com os encantos dessa rota, que eu considero um dos trechos rodoviários mais bonitos do Brasil.
Aí você tem várias opções de passeio: as trilhas do Parque, o passeio a cavalo do Fjordland e, a depender da época, a colheita de morangos orgânicos.
Para almoçar, o Don Lorenzoni Due ou o Alecrim são os que eu mais recomendo. Se quiser apenas um café ou um lanche, a Cafeteria Heimen, dentro do Fjordland, ou a Marietta Delicatessen são as suas melhores opções.
Mas isso não é tudo. Você ainda tem várias opções de passeio nas proximidades. Tem as propriedades do agroturismo de Venda Nova que eu listei aqui, tem orquidários (como o Caliman), tem o arvorismo e, um pouquinho mais longe, o Zoológico de Marechal Floriano, que você pode visitar na ida para Domingos Martins.
Termine o dia visitando o centrinho de Domingos Martins, cidade fundada por imigrantes alemães. A cidade é bem pequenina e, do ponto de vista do turista, tudo o que interessa estará nos arredores da Praça Dr. Arthur Gherardt e da Rua do Lazer, onde você encontra várias opções de bares e restaurantes.
3) Santa Teresa: a doce terra dos colibris
Eu já dei vários motivos aqui no Rotas para você incluir Santa Teresa no seu planejamento de viagem ao Espírito Santo. E a principal razão para isso é que a cidade está a 40 minutos de Vitória, com acesso pela BR 101 Norte, no município de Fundão.
Santa Teresa é a cidade-natal de Augusto Ruschi, naturalista brasileiro mundialmente conhecido por seus estudos e luta pela preservação da mata atlântica. Nela se encontra a maior concentração de beija-flores do mundo. É um espetáculo que você pode ver ao vivo e a cores no Museu Professor Mello Leitão, bem no centro da cidade, onde você deve começar o seu passeio.
Dali, dependendo da hora, você pode almoçar no requintado Café Haus (mesma rua do museu) ou no despojado Fabrício Bar e Restaurante, que fica bem no meio da famosa Rua do Lazer, a mais fotogênica da cidade.
Reserve a sobremesa para o Trentino Café, que fica bem em frente à Praça Augusto Ruschi, outra atração da cidade. De lá, você pode percorrer o Circuito Caravaggio e explorar as atrações que se vê ao longo do caminho, como a Casa Lambert, a Cantina Matiello, a Vinícola Tomazelli, a Casa dos Espumantes e, ao final, o mirante da Rampa de Vôo Livre (os mais aventureiros podem arriscar um vôo).
Na volta para Vitória, não se esqueça de fazer uma paradinha na fábrica de biscoitos Claid’s, que fica bem na saída da cidade, para experimentar e levar pra casa os seus famosos biscoitos caseiros.
4) Manguinhos e Nova Almeida: delícias do litoral norte
Eu sei que a maioria dos turistas que vem para o Espírito Santo costuma voltar sua atenção para o litoral sul do Estado em razão da fama de Guarapari. Mas vai por mim. O litoral norte pode ser igualmente interessante no quesito praia.
Na Serra, por exemplo, município que fica ao lado de Vitória, o balneário de Manguinhos é uma agradável surpresa. O mar de águas calmas e o ambiente bucólico da antiga vila de pescadores são ótimos para quem gosta de um lugar mais tranquilo.
Na praça principal almoce no famoso Geraldo, um dos mais tradicionais restaurantes de comida capixaba.
De lá, siga na direção norte pela ES 010 até Jacaraípe para conhecer a inusitada Casa de Pedra, do artista Neusso. A casa – cuja aparência mexe com a imaginação dos visitantes – foi inteiramente construída pelo artista com material não-convencional e hoje funciona como ateliê e galeria de arte.
Continue a viagem até Nova Almeida, ainda na Serra. Siga as placas que indicam a Igreja dos Reis Magos para conhecer uma das igrejas mais antigas do Brasil. Deslumbre-se com o cenário e com a paisagem que se descortina do alto da falésia.
Na volta, não deixe de experimentar os quitutes mais famosos do local: o quindim do Sr. Wilson (Cantinho’s Bar) e o picolé ituzinho da Sorveteria Domingos.
5) Aracruz: circuito das águas
Ainda no litoral norte, Aracruz é um segredo a ser revelado para o turismo nacional. A 1 hora de viagem da capital Vitória pela Rodovia ES 010 (que já garante visuais incríveis à beira-mar), a cidade tem um litoral belíssimo, ainda pouco conhecido por quem é de fora.
Num bate-volta, siga até Santa Cruz e comece fazendo o passeio de escuna pelo Rio Piraqueaçu para apreciar as paisagens intocadas de um dos maiores manguezais da América Latina. Ligue para confirmar as saídas.
Ao final do passeio, experimente a moqueca do Restaurante Mocambo, que fica anexo ao deck de embarque e desembarque da escuna. Aproveite ainda para conhecer a Igrejinha de Santa Cruz e a Casa de Câmara e Cadeia, ambas construídas no período imperial e tombadas pelo patrimônio histórico estadual.
De lá, você pode visitar uma das 9 reservas indígenas existentes no município de Aracruz, o único no Estado que possui índios aldeados. A mais próxima é a Aldeia Piraqueaçú, que fica na primeira entrada à esquerda após a ponte que cruza o rio de mesmo nome. A tribo é de origem guarani e produz um variado artesanato indígena, como chocalhos, pau de chuva, brincos etc.
Bem perto dali encontra-se a aldeia temática, uma espécie de aldeia cenográfica que reproduz as antigas habitações indígenas. As crianças adoram.
Ao final da tarde, assistir ao pôr-do-sol em meio aos coqueirais da praia de Coqueiral antes de voltar pra Vitória pode ser uma boa idéia.