A depender do interesse do consumidor brasileiro, os carros elétricos tendem a crescer em vendas. Essa é a conclusão que se pode tirar da pesquisa Sustentabilidade e Mobilidade, feita pela Brain Inteligência Estratégica.
Segundo o levantamento, 65% dos entrevistados têm a intenção de dirigir um automóvel 100% elétrico em um futuro próximo. O estudo ouviu 1.200 pessoas nas diferentes regiões do país, em questionários aplicados presencialmente. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Há também um exercício de fé nos dados: 56% dos entrevistados acreditam que, em breve, será mais fácil recarregar um carro em tomadas do que abastecer com combustível. Apesar disso, apenas 26% consideram que a infraestrutura em suas cidades já está adequada aos novos tempos.
Em relação ao preço, as opiniões se dividem: 40% acreditam que, em um futuro não muito distante, esses modelos custarão menos que os equivalentes a gasolina, enquanto outros 40% prevê que serão mais caros.
Os mais esperançosos em relação à popularização dos elétricos são os que têm renda média entre R$ 3.000 e R$ 6.000. Nesse grupo, 42% acham que essas opções serão mais baratas que os automóveis com motor a combustão.
Outro ponto que chama a atenção é a imagem transmitida por esses veículos: 81% dos entrevistados disseram acreditar que tais modelos são menos prejudiciais ao planeta.
“De modo geral, a maioria dos entrevistados percebe os benefícios da aquisição de um carro elétrico, porém, eles não acreditam que o mesmo tenha um preço acessível”, diz a análise divulgada pelos especialistas da Brain.
Ao perceber que há vantagens em dirigir um carro que não emite fumaça, o consumidor coloca sorrisos nos rostos de executivos da indústria automotiva. É sinal de que os produtos desenvolvidos para atender a normas ambientais têm agradado o público, que se torna mais receptivo a outras tecnologias.
No caso brasileiro, a boa aceitação abre caminhos a soluções mais adequadas à infraestrutura disponível. Em breve o mercado nacional começa a receber mais opções de carros híbridos que podem ser abastecidos com etanol. Fiat, Volkswagen e GWM já revelaram projetos avançados nessa área, mas todas as marcas instaladas no Brasil devem seguir o mesmo caminho.
Conciliar eletricidade ao combustível de origem renovável é uma forma de reduzir emissões e garantir a adequação à próxima etapa do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que será implementada em etapas entre 2025 e 2029.
A tendência é que diferentes soluções menos poluentes convivam por muito tempo no mercado brasileiro. Com a melhora da infraestrutura e a redução dos custos de aquisição e de recarga, os modelos 100% tendem a crescer e a conquistar cada vez mais espaço nas ruas.