Segundo um estudo realizado pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, em parceria com a Uber, 74% das mulheres brasileiras passaram por violência em deslocamentos nas cidades.
A pesquisa Percepções e Experiências das Mulheres quando se Deslocam pelas Cidades mostrou também que as situações de violência mais vivenciadas são as cantadas e os olhares insistentes, relatadas por 60% das mulheres.
O sequestro-relâmpago foi mencionado por 32%, a importunação sexual por 27%, a discriminação por 17% e o racismo por 14%. Passaram por agressão física 12%, e estupro, 7%. A pesquisa também apontou que os deslocamentos a pé têm a maior incidência de violência.
Relataram estar em deslocamento a pé 55% das que sofreram sequestro-relâmpago, 56% das que sofreram racismo e 50% das que foram estupradas. Nos ônibus, 56% disseram que se deslocavam dessa forma quando passaram por importunação sexual e 28% quando foram sequestradas. No caso dos estupros, 33% das mulheres sofreram esse tipo de situação ao se mover de carro particular.
Medidas de segurança
Para evitar a violência, 94% das mulheres disseram que evitam passar por locais escuros, 89% tentam não sair à noite e 86% pedem para ser esperadas em casa ou que aguardem notícias ao chegar ao destino.
O medo ao se deslocar é citado por 97% das mulheres, que temem que situações de violência aconteçam ou se repitam. Mesmo assim, a maioria (55%) das mulheres sai de casa ao menos cinco vezes por semana, sendo que 34% vão às ruas todos os dias.
Fazem o deslocamento à noite, 59% das mulheres e na madrugada, 8%, ainda que a manhã seja o período do dia com mais saídas (87%), a segurança é a maior preocupação das mulheres ao se moverem nas cidades, citado por 88%, à frente do tempo (77%) e custo (72%).
Para elaboração da pesquisa, foram ouvidas 1,6 mil mulheres, maiores de 18 anos, em todo o país. As entrevistas foram realizadas nos meses de setembro e outubro de 2023.
*Com informações da Agência Brasil
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